A Secretaria Municipal de Saúde (SMS)
divulgou, em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (15), a
situação epidemiológica de Natal em 2018. A capital potiguar tem
apresentado números maiores de doenças vetoriais do que o ano passado e
as ações de combate já foram intensificadas nas regiões afetadas. Este
ano, 1.065 casos já foram notificados, contra 818 no mesmo período do
ano passado. Porém, levando em consideração 2016, época em que a cidade
também registrou epidemia, a quantidade é 86,3% menor.
O clima em Natal neste início do ano é um
dos principais fatores que contribuíram com esse aumento. “Natal está em
início de epidemia. Apresentamos três semanas seguidas de aumento, que
fez o número passar do que é esperado todos os anos. Graças a nossa
metodologia, conseguimos identificar e agir de maneira oportuna”, frisou
Saudade Azevedo, secretária municipal de Saúde de Natal.
Carros fumacê (UBV Pesado) que já estão
circulando nos pontos de maior incidência, agentes de saúde utilizando o
UBV portátil (costal) para ir em locais de difícil acesso por parte de
veículos, trabalho permanente de controle focal e educação em saúde são
algumas das ações que o município vem realizando com foco na redução dos
casos. “O nosso gabinete de crise, que está ativo há mais de dois anos,
e que acontecia a cada 15 dias, agora é semanal e conta com diversas
secretarias, funcionando de forma intersetorial. Estamos fazendo
capacitações com os médicos da rede de urgência e emergência, mais de
100 já foram capacitados para otimizar o fluxo de atendimento nesse
período”, explicou Saudade Azevedo.
Além das ações desenvolvidas pelo
município, a conscientização da população se torna ainda mais importante
nesse momento, já que mais de 80% dos focos são encontrados nas
residências e apenas as regiões Norte e Oeste da cidade se encontram com
índices de epidemia. “Essa redução não acontece apenas com a atuação do
serviço público. Fazemos o trabalho de educação e a população precisa
se conscientizar que ela tem um papel muito importante nesse combate,
eliminar os focos dentro das residências e não deixar que outras regiões
também apresentem aumento”, destacou Juliana Araújo, diretora do
Departamento de Vigilância em Saúde (DVS).
Natal conta com um sistema de
monitoramento de dengue que é reconhecido internacionalmente. O
Vigiadengue tem como finalidade a identificação de áreas de maior risco
para que a ação de combate seja desenvolvida rapidamente. A cidade conta
com mais de 400 ovitrampas (espécies de armadilhas) espalhadas a cada
300 metros. Elas são as responsáveis por armazenar os ovos dos vetores,
que são utilizados para medir o Índice de Densidade de Ovos (IDO).
“Quando percebemos o aumento em determinada região, fazemos um trabalho
específico de combate no local, que é o que temos feito desde o início
dessa epidemia”, finalizou Juliana.
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