A tradição na produção e exportação de frutas tropicais do Rio Grande
do Norte para a Europa está ampliando as fronteiras neste início do
ano: as mangas do Vale do Açu já são exportadas para a Rússia,
confirmando a tendência de expansão verificada no ano passado. Somente
nos dois primeiros meses de 2018 já foram comercializados US 105,3 mil
em mangas, enquanto ao longo de todo o ano 2017 o total exportado foi de
US 184,2 mil.
O Rio Grande do Norte já ensaiou as exportações de algumas frutas
(mamão, melancia e banana) em 2016 para o país-sede da próxima Copa do
Mundo de futebol, mas parece ter encontrado com a venda de mangas um bom
nicho de mercado comprador. O Brasil é o maior fornecedor de manga para
a Rússia, considerada naquele país como a “mais popular das frutas
exóticas”.
Rússia. O mercado de frutas na Rússia é bastante promissor para os
exportadores visto que as condições climáticas não favorecem a produção
local. Atualmente, o país importa cerca de 70% das frutas consumidas, de
acordo com pesquisa de mercado realizada pela Apexbrasil. Outra
vantagem identificada neste novo mercado é que há empresas russas
especializadas em importar produtos para redistribuí-los para países
próximos, tais a Bielorússia ou a Ucrânia. Com isto, a venda de frutas
para as empresas russas pode tornar-se uma porta de entrada para outros
mercados da região.
Atualmente as exportações são realizadas pela Finoagro (do grupo
Vicunha), sediada em Ipanguaçu, e com ampla tradição no mercado
internacional da fruticultura. A empresa foi criada em 1986 com o nome
Finobrasa, com foco no plantio de algodão e começou a produzir frutas
para o mercado externo somente em 1998, especializando neste segmento.
Segundo o gerente de operações da Finoagro, Max de Aquino, o problema
é que a Rússia demanda maiores desafios, tanto culturais como
logísticos: “A logística, feita por meio marítimo, é suficiente, porém,
não é a ideal, devido à demora no transporte”. A participação da empresa
na maior feira de frutas do mundo, a Fruitlogistic, em Berlim, ampliou a
expectativa de novos negócios, mas, que esbarram em entraves
alfandegários para a realização de exportações em volumes mais
expressivos.
Na avaliação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico-Sedec, o
aumento das exportações de frutas para novos destinos, como a Rússia,
contribuirá para a manutenção do saldo positivo da balança comercial do
Rio Grande do Norte, afetado com as recentes restrições ao Brasil para a
exportação de pescados.
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