Oito em cada dez brasileiros, ou 83%, condenam a interação de um criança com um homem nu em uma exposição de arte. Este é o resultado de uma pesquisa de opinião feita pelo Instituto Paraná Pesquisas entre os dias 11 e 16 de outubro. Outros 9,2% disseram não ver nenhum problema na interação por se tratar de arte e 7,8% disseram não ter acompanhado a discussão.
A pergunta exata feita pelo instituto de pesquisas, com três alternativas de resposta, foi: “Um vídeo de uma criança tocando um homem nu durante exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo, (MAM), causou grande repercussão nos últimos dias. Qual a sua opinião sobre o tema?”. As três respostas disponíveis eram: “A criança não deveria ter tocado um homem nu, mesmo acompanhada dos pais”; “Não vejo problema. Arte é arte” e “Não acompanhei a discussão”.
A reprovação à interação é maior entre os homens: 85,9% ante 80,4% entre as mulheres. Por idade, são os adultos entre 35 e 44 anos, faixa que concentra os pais de filhos da idade da criança que aparece no vídeo, que mais condenam a interação, chegando a 86% de reprovação. Por escolaridade, a reprovação é maior entre os entrevistados com ensino superior completo, com 85%. Por regiões, no Nordeste, a reprovação chega a 86,3% e por ocupação a reprovação é maior na população economicamente ativa, chegando a 84,3%.
Nas últimas semanas, o País discute o vídeo que mostra a criança, que aparenta ter entre sete e dez anos, acompanhada da mãe, tocando na mão e no tornozelo de um artista que estava nu em uma performance no no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). O toque da criança na mão e no tornozelo do homem, que está deitado de barriga para cima, imóvel, é a única interação entre eles mostrada no vídeo. Os críticos condenaram tanto a presença da criança, dizendo que a sala deveria ter classificação indicativa, quanto a interação. Em nota, após o incidente, o museu disse que a sala estava sinalizada.
As cenas causaram indignação e internautas passaram a compartilhar as imagens. Políticos como Jair Bolsonaro (PSC-RJ), Marco Feliciano (PSC-RJ) e o Movimento Brasil Livre criticaram a performance classificando-a como repugnante, inaceitável, destruidora de família e erotização infantil. A performance também foi qualificada como apologia à pedofilia.
A pesquisa foi feita por meio de questionário online enviado para uma base de dados. Foram ouvidos 2.365 brasileiros maiores de 16 anos residentes em 188 municípios e em 26 Estados e no Distrito Federal. A amostra tem grau de confiança de 95% para uma margem estimada de erro de dois pontos percentuais para o resultados gerais. Por região, a margem de erro sobre para até 5,5 pontos em função do número de entrevistas.
R7
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