sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Prisão e boa remuneração: CUT faz oferta de emprego a Delúbio com salário de R$ 4,5 mil

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) ofereceu ao ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, preso por corrupção ativa, o cargo de assessor sindical da direção nacional da entidade, em Brasília, com salário de R$ 4.500,00. A oferta foi protocolada ontem pelos advogados de Delúbio na Vara de Execuções Penais da capital federal e só deve ser analisada no próximo ano.
Em carta enviada aos defensores do ex-tesoureiro, os advogados Arnaldo Malheiros Filho, Celso Vilardi e Flavia Rahal, o presidente da CUT, Vagner Freitas, justifica a oferta de trabalho, detalha o tipo de serviço que será desenvolvido por Delúbio na central sindical e o valor do salário mensal a ser pago. “O referido emprego será exercido em nossa sede de Brasília…., no horário comercial de 09h às 18h, com remuneração mensal de R$ 4.5000,00”, diz a carta, salientando que a oferta de emprego se justifica pela “experiência” de Delúbio em temas como educação e qualificação profissional, emprego e relações do trabalho e relações sindicais e organizações sindicais.
A CUT ressalta ainda no documento, repassado ao juiz da Vara de Execuções Criminais pelos advogados, que os “estudos, diagnósticos e projetos que serão desenvolvidos por Delúbio serão acompanhados, permanentemente, por dois diretores da central em Brasília e um coordenador administrativo, responsável por seu acompanhamento e desempenho”.
Para o presidente da CUT, o julgamento da Ação Penal 470 foi de exceção. O objetivo, disse ele, é criminalizar os movimentos sociais, em especial, os avanços sociais que o Brasil registrou nos últimos doze anos.
— Os companheiros José Genoino, José Dirceu e Delúbio Soares foram submetidos a um julgamento político e nós não vamos abandoná-los. Sempre estaremos juntos — disse Freitas, que assina a carta convidando Delúbio para ser assessor sindical da central.
Delúbio cumpre pena de seis anos e oito meses no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Ele é o quarto dos réus presos do processo do mensalão a apresentar pedido de trabalho externo. Antes dele, o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PL (hoje, PR), Jacinto Lamas, e o ex-deputado federal, Romeu Queiroz, haviam pedido o mesmo benefício.
O GLOBO

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