Alex Viana
Repórter de Política
O deputado federal Fábio Faria (PSD) afirmou na manhã desta
terça-feira que o vice-governador Robinson Faria (PSD) não tem pressa na
definição do palanque e que a candidatura a governador é uma prioridade
nacional do PSD. Ele confirmou a intenção do PSD lançar Robinson ao
governo. “A candidatura do vice-governador Robinson foi a primeira, há
três anos que existe uma pré-candidatura lançada. O nosso partido tem a
intenção de ter um candidato a governador, o presidente da nossa legenda
nacional, o Gilberto Kassab, tem o Rio Grande do Norte como uma das
prioridades para ele na chapa majoritária”, disse Fábio, durante
entrevista ao Jornal da Cidade, da FM 94.
“Lógico que para isso acontecer nós precisamos fazer uma coligação
onde nós possamos também eleger os nossos candidatos a deputados, nós
temos também essa responsabilidade e o vice-governador como líder também
está buscando isso”, declarou o parlamentar, destacando que a imprensa
muitas vezes é apressada, mas, no caso do PSD, não há pressa. “Nós ainda
não estamos nem perto ainda das convenções, que só serão em junho e nós
estamos em abril”.
Fábio diz que “o tempo ainda está muito ao nosso favor e acho que não
tem essa pressa de lançar logo uma chapa formada, onde muita gente
ainda está conversando, os prefeitos estão conversando, os partidos
estão conversando, as pessoas estão sentindo o que é que as cidades
estão pensando e muita coisa está acontecendo ainda. Eu acho que não tem
que haver ansiedade nesse momento para não errar. Acho que tem que ser
feito tudo de forma bem serena, bem tranquila, acho que não tem essa
pressa toda não”.
DIVISÃO
Fábio Faria acredita que o Rio Grande do Norte terá uma eleição
acirrada, entre o atual presidente da Câmara dos Deputados, Henrique
Eduardo Alves (PMDB), e vice-governador Robinson Faria. “O Rio Grande do
Norte é um estado que historicamente tem campanhas muito difíceis para o
governo”, avaliou.
Para Fábio, há exagero no cálculo que aponta vantagem para
determinado palanque. Segundo ele, se trata de uma eleição “firme”, em
que, havendo dois lados, a população tenderá a votar equilibradamente.
“Existe essa tendência quando você tem duas chapas que começam e as
pessoas escolhem o seu lado, eles simpatizam com a chapa majoritária e
acabam votando nos candidatos também que pertencem àquela chapa. Então o
que falta é fazer também essa análise, fazer suposição de votação,
quociente eleitoral”, declara.
De acordo com Fábio, as alianças só encerram em junho, havendo tempo
para a montagem do palanque. “Lógico que essas alianças só serão
formalizadas de fato em junho”, disse, acrescentando que o PT está
fazendo pesquisas internas para finalizar a questão das coligações
proporcionais. “Momento é de aguardar esse desfecho, porque uma
coligação tem que ser homogênea, onde todos os deputados, tanto os do
PSD quanto os deputados do PT, estaduais, federais, possam sair para a
eleição motivados, com vontade, querendo participar da eleição e isso
nós estamos buscando um consenso”.
“Em Mossoró, Silveira tem feito um trabalho que dignifica o PSD”
Quanto à gestão do prefeito Silveira Júnior, do PSD mossoroense, o
deputado Fábio Faria afirmou que “dignifica o PSD”, vez que surpreendeu o
partido ao passar três meses à frente da Prefeitura e sair com
avaliação superior a 80%. “Ele surpreendeu a todos. Nos três meses que
ele ficou à frente da Prefeitura ele saiu com uma avaliação de mais de
80%, uma avaliação enorme”, disse Faria.
Para Faria, a motivação foi tanta que, como líder nacional do PSD,
Fábio e o presidente estadual do PSD, Robinson Faria, resolveram levá-lo
ao presidente Kassab. Além disso, Silveira foi recebido pelo presidente
de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. “Silveira tem feito um
trabalho importante que dignifica o nosso partido. O PSD está muito
satisfeito em tê-lo como prefeito em Mossoró, um grande prefeito”.
DILMA
Segundo Fábio, o PSD apoiará a reeleição de Dilma Rousseff. “A grande
maioria sim, o PSD sairá com a reeleição da presidente Dilma”, afirmou o
parlamentar, declarando que há defecções em três ou quatro estados. “O
PSD foi o partido que se formou ao longo do mandato, ele não participou
da eleição presidencial de 2010. Fizemos uma votação com os 27 estados,
ouvindo o PSD em 27 diretórios. E os estados e municípios, os deputados
estaduais e federais votaram que o PSD deveria acompanhar a reeleição da
presidente Dilma Rousseff em 2014″, afirmou.
Mineiro: “Aliança está atrasada. Precisamos discutir questões programáticas”
O deputado estadual Fernando Mineiro (PT) reconheceu na manhã desta
terça-feira que o fechamento da aliança entre o PT e o PSD está atrasado
e que isso está impedindo a realização de discussões programáticas de
interesse do Rio Grande do Norte. Ele cobrou uma definição do PT.
“Precisamos avançar para discutir questões programáticas”, afirmou ao
Jornal de Hoje.
O PT está dividido entre uma corrente liderada pelo atual presidente
da legenda, Eraldo Paiva, pré-candidato a deputado estadual, que defende
internamente a aliança do PT com o PC do B e o Solidariedade na
proporcional para deputado estadual, e outra corrente, formada pelos
líderes Fernando Mineiro e Fátima Bezerra (PT).
O atual presidente petista raciocina que a aliança com Solidariedade e
PC do B seria mais vantajosa para o PT, vez que teria possibilidade de
se eleger deputado estadual. Já entre Mineiro e Fátima, a ideia seria a
de fechar uma aliança na proporcional com o PSD, do vice-governador
Robinson Faria. Na visão desses líderes, o PT teria mais chances de
eleger deputados numa aliança com o PSD. O PSD tem dois deputados
estaduais disputando a reeleição, Gesane Marinho e José Dias. O mesmo
número de deputados estaduais tem Solidariedade e do PC do B, Kelps Lima
(Sdd) e Fábio Dantas (PC do B).
No PT, Fátima e Mineiro estão abrindo mão de reeleições asseguradas
para a Câmara dos Deputados e para a Assembleia Legislativa,
respectivamente. O objetivo é somarem com os projetos majoritários –
Fátima disputará o Senado ao lado de Robinson, que pleiteará o governo.
Neste sentido, a aliança entre o PT e o PSD estaria travada por conta da
estratégia eleitoral de Eraldo, que sonharia com uma vaga na Assembleia
Legislativa. Eraldo foi procurado pela reportagem, mas não atendeu, nem
retornou às ligações.
Mineiro, por sua vez, diz apenas que é preciso “fechar o conjunto da
aliança”, que, na sua avaliação, “está muito atrasada”. “Já deveríamos
estar em campo. Precisamos avançar para discutir questões programáticas
no estado”, afirmou o deputado, sem entrar em detalhes, afirmando apenas
a necessidade de “ver com a presidência do PT”. “Tem uma discussão dos
partidos. Precisamos encaminhar as definições para discutir as questões
programáticas. Sem prazo. Tem que ter definições. Que ainda não estão
tendo”, observou o petista.