O Planalto iniciou mais uma ofensiva sobre deputados da base aliada, prefeitos e governadores para tentar reunir ao menos 308 votos pela reforma da Previdência –hoje, o governo não tem o apoio necessário para a aprovação.
No jantar na casa do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no domingo (3), ministros e líderes do governo apresentaram argumentos para tentar vencer a resistência dos parlamentares.
O ministro Dyogo Oliveira (Planejamento), por exemplo, disse que o PIB pode cair 2,8% se a reforma não for aprovada e que, com a aprovação, o desemprego estará entre 8% ou 9% em junho e julho do ano que vem –hoje, o índice é de cerca de 12%.
Auxiliares de Temer vão analisar se o clima na base para a votação da reforma melhorou em uma nova reunião, marcada para esta quarta-feira (6). Só então decidirão se vão ou não pautar a matéria ainda neste ano.
Nesta segunda (4), integrantes da Casa Civil da Fazenda e do Planejamento fecharam um projeto que inclui R$ 3 bilhões extras na previsão do Orçamento do próximo ano para os municípios. A liberação do dinheiro dependerá da aprovação da reforma.
A estratégia é pressionar os prefeitos a influenciar deputados para que eles votem em favor das mudanças.
O discurso oficial é que a aprovação da nova Previdência vai trazer benefícios para as contas públicas e tornará mais robusta a arrecadação, o que permitirá mais investimentos por parte da União.
Temer já havia anunciado a liberação de R$ 2 bilhões em forma de Auxílio Financeiro aos Municípios para o pagamento da folha dos servidores. A dificuldade em conseguir votos para aprovar a reforma fez com que a equipe do presidente decidisse adotar uma nova contrapartida.
O cálculo mais atualizado feito pelo Planalto aponta um placar de cerca de 270 votos favoráveis à reforma.
Em busca de mais apoio, o peemedebista abrirá o gabinete nesta semana para receber parlamentares indecisos ou resistentes. O principal foco serão PP, PR e PSD.
Para tentar diminuir a resistência, o Planalto distribuirá cartilha com dados que mostram que a maioria dos parlamentares que apoiaram as mudanças na aposentadoria propostas pelo ex-presidente FHC foi reeleita.
O material é intitulado “Votar Certo, Deu Certo” e aponta índice de reeleição próximo de 70% entre quem apoiou as mudanças. Os dados são os mesmos compilados por Pedro Fernando Nery, consultor do Senado. Em sua pesquisa, no entanto, ele diz que não há correlação entre voto na reforma e o desempenho eleitoral posterior.
Folha de São Paulo
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