sábado, 21 de junho de 2014

Candidato a presidente de Wilma de Faria não aceita Henrique Alves em seu governo. Eduardo Campos avisa que peemedebistas vão ficar na oposição se ele for eleito presidente da República

SEM VELHOS POLÍTICOS...

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Ciro Marques
Repórter de Política

A diversidade política reunida no palanque do pré-candidato ao Governo do Estado, Henrique Eduardo Alves, do PMDB, tem causado situações interessantes e uma delas pode ser vista na entrevista concedida pelo pré-candidato a presidente da República, Eduardo Campos, do PSB, ao portal IG. Isso porque Campos afirmou que, se eleito, no governo dele não haverá espaço nem para o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), nem para Henrique, chamados por Campos como representantes da “velha política”.

A situação merece destaque porque Eduardo Campos é o “presidenciável” apoiado pela principal aliada (de momento) de Henrique, a vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria. Campos, inclusive, é o presidente nacional do PSB, sigla dela e já havia externado, até em entrevista coletiva realizada em Natal, que era contrário a continuidade de integrantes dessa “velha política” na gestão federal pessebista.

Eduardo Campos, no entanto, não havia sido, até agora, tão direto com relação a aversão dele a Henrique e aos líderes peemedebistas. Segundo o IG, “depois de dizer que seu governo não abrigará ‘velhas raposas’ da política (o que ele falou, até, em Natal) como o senador José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL), o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, estendeu a afirmação a toda a parcela do PMDB que hoje apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff”.

O site acrescentou que, na conta do ex-governador e pré-candidato a presidente, entrou a ala do partido hoje comandada por nomes como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e o líder do partido na Casa, Eduardo Cunha (PMDB-
RJ).

“Esse lado do PMDB (de Renan, Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha) estará na oposição no meu governo. Pode estar certo disso”, afirmou Campos em entrevista ao programa Opinião, da TViG. “Esse PMDB está no governo de Dilma. Não é possível que, depois de 30 anos de redemocratização, a democracia brasileira fique de joelhos diante de uma velha política que constrange todo dia o cidadão que paga impostos. O PMDB que está conosco é o de Pedro Simon, de Jarbas Vasconcelos”, acrescentou.
Em entrevista concedida em Natal, Eduardo Campos já havia afirmado que o problema das administrações federais não eram apenas o PT e o PSDB, mas sim partidos que, independentemente de quem está na cadeira da presidência, continuam no poder. A declaração foi uma clara referência ao PMDB, que apoiou os dois partidos na administração federal. “O que vejo é o Governo repetir os mesmos erros, cercado das mesmas forças que estiveram com Fernando Henrique no segundo governo. É a mesma turma”, afirmou Eduardo Campos.

Além disso, na oportunidade, Eduardo Campos também afirmou que a decisão do PSB local de se aliar a Henrique Alves não foi uma unanimidade dentro da sigla. As revelação foi feita em meio à lembrança das duras críticas feitas pela ex-senadora Marina Silva, que deverá ser a candidata do PSB a vice-presidente. No ano passado, ela afirmou que Henrique Alves representava a “velha política” e o fisiologismo político, ou seja, a troca de apoio político por cargos, por exemplo.

Palanque de Henrique, Wilma, Agripino e Adenúbio reúne apoiadores de quatro candidatos a presidente
A situação “complicada” de Henrique Eduardo Alves – e mais ainda de Wilma, que apóia um candidato que será oposição a um eventual governo do partido dela – já era esperada. Isso porque no extenso palanque formado pelo peemedebista há, simplesmente, apoiadores de quatro pré-candidatos a presidência da República. Henrique e o PMDB, por exemplo, apoiam a reeleição da atual presidente da República, Dilma Rousseff, do PT. O pré-candidato ao Governo do RN, inclusive, foi um dos defensores da continuidade da aliança nacional entre PT e PMDB na convenção nacional peemedebista. Além disso, Henrique também comemorou e divulgou a declaração da presidente Dilma Rousseff, que ele seria o “candidato dela” no Rio Grande do Norte, mesmo o PT no Estado estando aliado ao PSD, do pré-candidato ao Governo, Robinson Faria.

Senador e principal adversário ao projeto de reeleição do PT, o pré-candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves, também encontra apoiadores no palanque de Henrique. Afinal, a sigla tucana e o Democratas estão com os peemedebistas no Rio Grande do Norte, de olho na “forte” coligação proporcional que os permitirá (re)eleger candidatos do partido à Câmara Federal. Por isso, para os pré-candidatos a deputado federal, Rogério Marinho (PSDB) e Felipe Maia (DEM) não há problemas em subir ao palanque liderado por um aliado nacional de Dilma.

Além de Aécio Neves e Dilma, há também os apoiadores de Eduardo Campos, como o PSB de Wilma de Faria, pré-candidata ao Senado Federal. O contraste da opinião dela com a do presidente nacional do PSB é tamanha, inclusive, que Wilma até abriu mão de uma eventual candidatura ao Governo do Estado (mesmo sendo a favorita para a disputa segundo as pesquisas divulgadas no final de 2013) para apoiar Henrique, que era um dos mais fracos pré-candidatos naquele momento – até se recusava a disputa o Governo, ressalta-se.

Ainda há no palanque de Henrique Alves o Pastor Everaldo, do PSC, partido que faz parte do palanque peemedebista, com a representação do presidente da sigla no RN, o ex-vereador Adenúbio Melo, pré-candidato a deputado estadual.

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