A presidenta Dilma Rousseff defendeu hoje (11) os investimentos que o
governo tem feito para a Copa do Mundo e disse que os benefícios ficarão
para os brasileiros após o fim do megaevento. Dilma comparou a melhoria
da infraestrutura do país para a Copa aos preparativos para receber
convidados em casa.
“As obras, rigorosamente falando, atendem à
Copa, mas elas não são para a Copa, elas são para o povo desse país,
para o povo desse estado. Quando a gente vai dar uma festa na casa da
gente, você dá uma melhorada na casa, quando vai ter o casamento, você
pode até dar uma ampliada na casa, mas todos os benefícios ficam para
quem mora na casa, e é isso que acontece conosco”, comparou, em discurso
durante cerimônia de inauguração de um sistema de tratamento sanitário
em Porto Alegre (RS).
Dilma citou as obras dos aeroportos
internacionais da capital gaúcha e de Brasília como exemplos de
intervenções motivadas pela realização da Copa, mas que terão impactos
posteriores. “Não tem a ver com Copa, mas com nossa situação concreta. A
taxa de crescimento de pessoas que procuram avião é bastante
significativa. Para vocês terem uma ideia, hoje, no Brasil, 100 milhões
de passageiros utilizam por ano esse sistema de transporte”, avaliou.
Ao
defender o governo das críticas pelos investimentos no Mundial, Dilma
disse que no Brasil, “muitas vezes você é criticado por ter um cachorro e
outras vezes por não ter o mesmo cachorro”. Ela utilizou a mesma
metáfora para defender outras medidas econômicas do governo, entre elas,
a desoneração da folha de pagamento e a expansão das políticas de
financiamento para projetos de infraestrutura.
“Montar uma
estrutura de financiamento adequada para investimento em infraestrutura é
condição indispensável para esse projeto sair. Não é possível criticar
simultaneamente por não fazer projetos para melhorar a saúde pública e
criticar investimentos em saneamento, não é possível, não fecha. A
equação no Brasil tem que fechar e aí a responsabilidade de cada um de
nós tem que aparecer.”
Durante o discurso, a presidenta voltou a
afirmar que a inflação está sob controle, apesar da elevação do preço de
alguns alimentos, motivada, segundo ela, pelas condições climáticas do
começo do ano.
“Mantemos sistematicamente um olho e um controle
na inflação mesmo quando, devido à seca que ocorre no Sudeste e à chuva
torrencial que ocorre no Norte do Brasil e à seca que, graças a Deus,
parece que estamos saindo dela no Nordeste, tivemos impactos em alguns
produtos alimentares. Mas é importante olhar, primeiro, que isso é
momentâneo, e segundo, que enquanto tem alguns produtos que sobem,
outros caem”, avaliou. “A inflação, nós iremos controlar
sistematicamente”, repetiu.
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