terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Gilmar Mendes vê indícios de lavagem de dinheiro em doação para multas de petistas

2014-678224854-2014010802043.jpg_20140108Foto: O Globo / Jorge William
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta terça-feira que o Ministério Público investigue a arrecadação financeira feita por condenados no processo do mensalão para pagar multas que lhe foram impostas. Para o ministro, há indícios de lavagem de dinheiro. Para pagar as multas, o ex-deputado José Genoino (PT-SP) e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares pediram dinheiro a militantes e simpatizantes por meio de páginas na internet.
— Arrecadar R$ 600 mil num dia. São coisas que precisam ser refletidas. A sociedade precisa discutir isso. Tem elementos para uma investigação (pelo Ministério Público). Se for um fenômeno de lavagem? De dinheiro mesmo de corrupção? Quer dizer. As pessoas são condenadas por corrupção e estão agora festejando coleta de dinheiro. É algo estranho — afirmou.
O GLOBO mostrou no último sábado que em 9 dias, Delúbio arrecadou mais dinheiro que ONGs importantes ONGs, como a Pastoral da Criança e o Greenpeace.
Gilmar lembrou que os políticos acusados no processo foram condenados por corrupção, não por crime político. Por isso, ele considera grave a forma de arrecadação do dinheiro para pagar as multas.
— Agora, vem essa massa de dinheiro. Será que vão também fazer uma arrecadação para devolver todo o dinheiro que foi desviado? Tudo estranho. É interessante que todos nós estamos noticiando isso como se fosse só um fato corriqueiro. Não, não é um fato corriqueiro, há algo de grave nisso. E precisa ser investigado. E essa gente, eles não são criminosos políticos, não é gente que lutava por um ideal e está sendo condenado por isso. São políticos presos por corrupção — declarou.
O ministro também levantou suspeita sobre o emprego que foi oferecido ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pelo hotel Saint Peter. Gilmar insinuou que Dirceu poderia ser dono de parte da empresa.
— Se formos olhar o episódio do hotel, em que alguém oferece um emprego de 20 mil (reais) para um suposto reeducando, com propriedade no Panamá… Ele (Dirceu) era também dono do hotel? Era empregado e empregador? Veja quanta coisa está sendo colocada — disse.
O Globo

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