terça-feira, 20 de agosto de 2013

Antes um magistrado mal educado e indelicado do que desonesto

A atuação do ministro Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal, principalmente a partir do momento em que passou a ser o relator da Ação Penal n. 470, o chamado Caso Mensalão, fez os brasileiros voltarem suas atenções para a mais alta corte de Justiça do País.
Altivo, independente, objetivo e incisivo, Joaquim Barbosa ganhou páginas e manchetes não por sua origem pobre ou pela cor de sua pele, mas pela firmeza com que atou em um caso que os brasileiros elegeram como sinônimo de corrupção e de impunidade.
Barbosa não é exatamente um modelo de bons modos, pelo contrario, passa longe.
Nos duelos verbais que já promoveu, dentro e fora do plenário do STF, ele costuma ser franco, cortante, indelicado e até mal-educado.
No gabinete da presidência do Supremo, já mandou juiz federal se calar. Mais recentemente acusou o ministro Ricardo Lewandoski de promover “chicana” ao tentar discutir recursos de condenados no processo de Mensalão.
Acusar um jurista de chicaneiro eqüivale, numa briga de meninos, a dizer nomes impublicáveis com a mãe do outro. É a desonra!
Assim como as falas, os gestos de Joaquim Barbosa chamam atenção.
Como esquecer que ele, na presença do Papa Francisco, deixou a presidente Dilma Roussef sem resposta a uma tentativa de cumprimento?
A mais nova polêmica em torno do presidente do STF não foi causada por ele. A tarefa coube ao jornalista Ricardo Noblat que publicou em seu blog um comentário em que afirma que Barbosa não tem conhecimento jurídico e que chegou ao Supremo por causa de sua cor.
O comentário foi rebatido pela jornalista Miriam Leitão, que saiu em defesa do talento jurídico e não dos modos do ministro.
Conclusão: Joaquim Barbosa pode não ser modelo de bons modos e dá mostras de que não está preparado emocionalmente para exercer o cargo de presidente do STF. Mas não há como negar que sua atuação como relator do Mensalão devolveu aos brasileiros a sensação perdida de que é possível acabar com a impunidade e levar ricos e poderosos à cadeia.
Joaquim Barbosa parece muitas vezes não ter o equilíbrio necessário ao cargo. Mas, para boa parte dos brasileiros, é preferível ter um um magistrado honesto mas grosso e mal educado do que ter um juiz gentil, educado e desonesto.

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