REJEITADÍSSIMA
Ciro Marques
Repórter de Política
O deputado federal Felipe Maia, filho do presidente nacional do Democratas, o senador José Agripino, foi bem claro em entrevista aO Jornal de Hoje há duas semanas: para ser candidata à reeleição, a governadora Rosalba Ciarlini precisa apresentar viabilidade eleitoral, confirmada por meio de partidos que estejam dispostos a apoiá-la em 2014. Contudo, parece que a governadora não entendeu esse entendimento e, na manhã desta sexta-feira, ela apresentou um requerimento para que o partido analisasse a candidatura dela, mas não uma lista de siglas interessadas em se aliar. Nem mesmo nomes de outros democratas que aceitassem compor uma chapa majoritária do DEM foram relacionados.
Diante disso, é bem provável que o DEM nem mesmo leve a votação esse requerimento de Rosalba Ciarlini no dia da convenção partidária, marcada para este domingo pela manhã. “Rosalba não apresentou chapa completa, apenas um requerimento para que seja considerada a candidatura dela a reeleição. Certamente tem a impossibilidade nisso, porque o DEM vai se coligar com outros que tem chapa majoritária. De qualquer forma, nosso setor jurídico vai analisar a questão até a convenção”, explicou o secretário da Convenção, Manoel Pereira.
Segundo ele, há duas semanas, a reunião do partido aprovou a recomendação do Diretório Estadual à Executiva para que o partido se coligue com outras siglas na proporcional. A proposta será encaminhada à votação neste domingo, já com o nome de potenciais candidatos a deputado federal e estaduais pela sigla.
Segundo o senador José Agripino, presidente nacional da sigla, a coligação com partidos como o PMDB, PSDB e PROS é importante para garantir a reeleição dos deputados estaduais e do federal que o partido tem. Se tentar apoiar a reeleição da governadora, o Democratas poderá ficar isolado e, além de perder o governo, perder também os parlamentares que hoje tem.
Rosalba, por sua vez, apresentou dentro do prazo determinado no regimento do DEM (48 horas antes da convenção) o requerimento para a apreciação do nome dela. “Os convencionais que subscrevem este requerimento, vem à vossa presença requerer o registro do nome de Rosalba Ciarlini Rosado, com fim de ser submetido à deliberação dos demais convencionais na convenção estadual, a ser realizado no dia 15 de junho de 2014, para concorrer ao cargo eletivo majoritário de governadora do Estado do Rio Grande do Norte nas eleições 2014”, diz o texto do requerimento assinado por Rosalba e pelo marido, o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado.
Contudo, é bem verdade que, apesar de ter protocolado a matéria dentro do prazo legal, a governadora também não demonstrou qualquer viabilidade eleitoral para embasar o pedido, reforçando ainda mais as dúvidas sobre a matéria. “Ela não apresentou candidato a senador, nem a vice. Não deu os nomes dos partidos que estariam dispostos a se coligar para a candidatura dela e, agora, o período para a apresentação disso já se esgotou”, acrescentou Manoel Pereira, por volta das 9h30 de hoje.
Diante desses fatores (a coligação proporcional do DEM com outros partidos e a falta de viabilidade eleitoral), a candidatura de Rosalba Ciarlini chega à convenção ainda mais enfraquecida. Ela não teria apresentado viabilidade eleitoral, nem política. “Pode ser que o requerimento não seja votado sim. Nosso setor jurídico vai analisar o caso e dará um posicionamento até a convenção”, acrescentou Manoel Pereira.
ROSALBA
Apesar da situação de aparente isolamento por não ter conseguido nem formar uma chapa com interesse de ser candidato dentro o DEM, a governadora Rosalba foi apoiada nesta semana por nomes como o ex-deputado federal Ney Lopes. Ele, inclusive, disse até estar disposto a ser candidato a senador para “completar” a chapa democrata.
Segundo Rosalba Ciarlini, a presença do partido na chapa majoritária é fundamental para manter a tradição democrata no RN, até porque ela é, hoje, a única governador do partido no Brasil. “O DEM tende a sumir”, disse Rosalba em entrevista esta semana.
DEM apresentará só um candidato a deputado federal e seis estaduais
Enquanto a situação de Rosalba Ciarlini ainda está confusa – e, aparentemente, inviável – o partido já tem uma nominata bem resolvida com relação às disputas proporcionais. A sigla vai se coligar aos partidos da base aliada do pré-candidato ao Governo, Henrique Eduardo Alves, do PMDB (e Wilma de Faria, do PSB, pré-candidata ao Senado), e lançará sete nomes para a disputa, a maioria, velhos conhecidos dos eleitores, como os atuais deputados estaduais Getúlio Rêgo, Leonardo Nogueira e José Adécio.
Eles tentarão a reeleição para a Assembleia Legislativa e, de quebra, o partido ainda lançará os nomes de Carlson Gomes, ex-diretor do Instituto de Pesos e Medidas (IPEM); Odileia Mesquita, representando a proporção de mulheres no nominata; e Dagô do Forró, vereador de Natal eleito pela primeira vez em 2012.
Para a Câmara Federal, o DEM vai lançar apenas o nome de Felipe Maia, atual deputado federal. “Só vai ter ele mesmo. A coligação terá outros nomes, sem dúvida, para a coligação, mas do DEM será apenas o de Felipe mesmo”, ressaltou Manoel Pereira.
Havia, inicialmente, a possibilidade do filho de Getúlio Rêgo, o ex-secretário de Recursos Hídricos e ex-prefeito de Pau dos Ferros, Leonardo Rêgo ser candidato a deputado federal ou estadual. Contudo, a sigla desistiu da candidatura dele. Lançará apenas o nome de Getúlio mesmo.