O ministro da Ciência e Tecnologia e ex-astronauta Marcos Pontes
comentou nesta quinta-feira, 10, uma recente fala da colega de governo, a
ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e
declarou: “não se deve misturar ciência com religião”.
Pontes se referia a um vídeo que tem circulado nas redes sociais em
que a ministra Damares Alves diz que “a Igreja Evangélica perdeu espaço
na história” quando “nós deixamos a Teoria da Evolução entrar nas
escolas, quando nós não questionamos, quando nós não fomos ocupar a
ciência”.
Em entrevista à rádio CBN, Pontes contrapôs a declaração da colega.
“Ela deve ter falado isso em algum tipo de contexto que eu não sei
exatamente. Mas, do ponto de vista da ciência, são muitas décadas de
estudo para formar a teoria da evolução”, disse o ministro da Ciência e
Tecnologia.
O livro “Sobre a origem das espécies através da seleção natural” é
considerado o precursor da chamada “teoria da evolução”, embora não
tenha sido o primeiro a tocar no assunto. Publicada pelo britânico
Charles Darwin em 1859, a obra descreve como as formas de vida no
planeta Terra mudam e se transformam com o passar do tempo, passando
para as próximas gerações mutações genéticas que sobrevivem e se adaptam
às condições ambientais para formar espécies diferentes.
Assim como na época em que foram publicadas, as ideias de Darwin
entram em choque até hoje com grupos religiosos, que acreditam que essas
ideias entram em conflito com a descrição do livro de Gênesis, na
Bíblia, a respeito de como Deus criou os céus, a terra, os animais e o
ser humano.
O Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos disse em nota
que “a declaração ocorreu no contexto de uma exposição teológica e não
tem qualquer relação com as políticas públicas que serão fomentadas por
este ministério”, e que “não há relação entre a atuação da titular desta
pasta como líder religiosa e suas funções como gestora pública”.
Planos de Marcos Pontes para a ciência e tecnologia
Sem querer continuar no assunto de ciência e religião, o ministro
Marcos Pontes aproveitou a entrevista CBN para comentar as metas
prioritárias do ministério da ciência e tecnologia no governo do
presidente Jair Bolsonaro.
Uma das principais preocupações do ministro é a irrigação das áreas
afetadas pela seca no sertão nordestino. “Essa segurança hídrica é
função do Ministério do Desenvolvimento Regional, mas nós temos a função
de ajudar na parte de tecnologias aplicáveis a isso”, disse Pontes.
O ministro também declarou que deve ir a Israel ainda em janeiro para
conhecer o sistema de dessalinização utilizado no país. Outra
prioridade, segundo o ex-astronauta, é levar internet banda larga para
todo o Brasil. E também fazer ajustes para recuperar investimentos no
CPPQ e no Finep.
Olhar Digital
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