quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Pivô da guerra na Rocinha, traficante Rogério 157 é preso no Rio de Janeiro

Policiais tiram foto com Rogério 157, preso nesta quarta-feira (6), em favela do Rio de Janeiro

A polícia prendeu, na manhã desta quarta-feira (6), o traficante Rogério Avelino dos Santos, o Rogério 157. Ele foi detido na comunidade do Arará, na zona norte do Rio, durante uma megaoperação das forças policiais nas favelas da capital fluminense.
Rogério 157 é apontado como um dos responsáveis por uma disputa territorial na favela da Rocinha, na zona sul, que vem provocando mortes e afetando o acesso dos moradores a serviços.
Rogério estava foragido e era o criminoso mais procurado no Rio. A Secretaria de Segurança Pública chegou a oferecer R$ 50 mil de recompensa pelo paradeiro dele. Segundo a polícia, o traficante não ofereceu resistência à prisão e foi encaminhado para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho (zona norte).
Por causa da operação, a Clínica da Família Medalhista Olímpico Maurício Silva, na zona norte, está fechada, e a Clínica da Família Dona Zica, na favela da Mangueira, está recebendo pacientes, mas a equipe só faz atendimento dentro da unidade, cancelando visitas às casas de pacientes acamados ou com dificuldade de locomoção.
Unidades escolares na Serrinha, Mangueira, Mandela, Manguinhos, Tuiuti e Benfica estão sem atendimento. No total, são sete escolas, 11 creches, dois Espaços de Desenvolvimento Infantil e 5.998 alunos sem aulas.
Rogério Avelino dos Santos era procurado pelos crimes de tráfico de drogas, associação ao tráfico, extorsão e homicídios.
GUERRA NA FAVELA
Desde setembro, a Rocinha tem sido palco de tiroteios e assassinatos pela disputa territorial pelo comando da venda de drogas entre os traficantes Nem e Rogério 157. A partir dessa rixa, a crise da segurança se espalhou por ao menos outras seis favelas do Rio.
Nem que até então era líder da facção ADA (Amigos dos Amigos), foi preso em 2011. Segundo as investigações da polícia, de lá para cá, o comando do tráfico na região passou para as mãos de Rogério 157, ex-segurança pessoal de Nem.
Mas houve um racha entre Nem e Rogério 157. Em agosto deste ano, da prisão, Nem deu ordem para que Rogério deixasse o morro, mas ele ignorou. Três aliados de Nem foram encontrados mortos depois disso. Segundo a polícia, as mortes foram executadas a mando de Rogério 157.
No dia 17 de setembro, traficantes da ADA da Rocinha e de outros morros se uniram para invadir a favela e expulsar Rogério 157. Bandidos do Comando Vermelho ofereceram abrigo ao grupo de Rogério em outras comunidades. O traficante teria se tornado membro do Comando Vermelho. Segundo moradores, essa facção atualmente controla a maior parte das bocas de fumo da Rocinha.
Depois de seis dias de confrontos, 950 homens das Forças Armadas cercaram os acessos à Rocinha para tentar prender os envolvidos na disputa.
NOVA OPERAÇÃO
Desde a madrugada desta quarta, cerca de 2.900 homens das polícias Civil, Militar e Federal, da Força Nacional e das Forças Armadas realizam uma operação em favelas da zona norte do Rio. A ação está concentrada nas comunidades de Mangueira, Tuiuti e Arará/Mandela.
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança, as Forças Armadas estão responsáveis pelo cerco nas comunidades e baseadas em pontos estratégicos. Algumas ruas, como a Visconde de Niterói, estão interditadas e o espaço aéreo está controlado, com restrições para aeronaves civis.
A secretaria informou ainda que não há interferência nas operações dos aeroportos Santos Dumont (doméstico) e do Galeão (internacional).
Folha de São Paulo

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