Pai Uzêda, suposto pai de santo, entrou no palco durante discurso do presidente Michel Temer em convenção do PMDB Foto: Filipe Cardoso/PMDB Nacionak
Um pai de santo roubou a cena na convenção do PMDB, nesta terça-feira, em Brasília. Conhecido como Pai Uzêda”, o homem subiu ao palco, benzeu o presidente Michel Temer e disse que fizeram “macumba” contra o peemedebista. “Fizeram um trabalho de vodu, por isso que ele teve a doença. O trabalho que fizeram contra o doutor Michel era para ele morrer no hospital”, afirmou Pai Uzêda, que, logo depois, responsabilizou o PT por todos os problemas de Temer. “Fui benzer o presidente porque o PT fez macumba contra ele”, insistiu.
Na semana passada, Temer passou por um novo procedimento cirúrgico. Nesta terça, o presidente chegou a cancelar a participação na convenção, o que aumentou as especulações sobre o seu estado de saúde. Quando assessores do Palácio do Planalto viram o pai de santo no palco da convenção do PMDB, ao lado do presidente, ficaram assustados e pediram para que o homem fosse retirado dali. Temer, um pouco constrangido, sorriu e chegou abrir os braços para receber o “passe”.
Vestido de branco e segurando ramos de uma planta chamada guiné, “usada contra morte e doença”, o pai de santo disse que esteve antes no Palácio do Jaburu e no gabinete de Temer, no terceiro andar do Planalto. Falou que naqueles locais foram encontrados “quatro bonecos” de vodu contra o presidente.
Eu fui defumar, benzer, tirar tudo. Era uma urucubaca brava ali”, repetia Uzêda. Bastante agitado, ora dizia ter sido contratado por “dona Marcela” ora pelo PMDB. Questionado sobre há quanto tempo conhecia a primeira-dama, respondeu apenas que ela era “linda, maravilhosa”.
“Jogaram pesado contra o presidente. Muita macumba contra ele, contra (o presidente da Câmara) Rodrigo Maia (DEM-RJ) e contra toda a cúpula do PMDB. O assunto é sério”, comentou. Dizendo ser da “umbanda da linha branca”, o pai de santo usava um crachá de “convidado” da convenção. O PMDB negou que tenha contratado os serviços de Uzêda. “Não tem nada a ver conosco”, afirmou o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR).
Dilma. Esta não é a primeira vez que Pai Uzêda vira notícia em Brasília. Em março de 2015, o pai de santo invadiu o Palácio do Planalto para, segundo ele, tentar alertar a então presidente Dilma Rousseff em relação a Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Nove meses depois, o então presidente da Câmara autorizou a abertura do processo de impeachment, o que levou à saída da petista da Presidência.
Pai Uzêda também costuma circular pelo Congresso Nacional e já foi candidato a deputado federal e a vereador no Rio pelo Partido Progressista (PP). Na semana passada, Nesta terça, o presidente chegou a cancelar a participação na convenção, o que aumentou as especulações sobre o estado de saúde do peemedebista. Quando assessores do presidente viram o pai de santo no palco com Temer, ficaram assustados e pediram para que o homem fosse retirado do local. Temer, um pouco constrangido, sorriu e chegou abrir os braços para receber o “passe”.
Estadão
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