sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Inflação recua para 0,28% em novembro, aponta IBGE; itens importantes na cesta de compras do brasileiro tiveram quedas expressivas

A inflação do país ficou em 0,28% em novembro, divulgou o IBGE nesta sexta-feira (8). O IPCA, indiciador oficial de inflação, veio mais baixo do que o verificado em outubro, quando tinha variado 0,42%.

A queda do preço dos alimentos ajudou a desacelerar o indicador. Em novembro, os alimentos completaram sete meses seguidos de preços mais baixos, ao registraram queda de 0,38%. O recuo foi maior que o verificado em outubro, de 0,05%.

Os alimentos caíram de preço em razão da super safra no primeiro semestre do ano. Agricultores tiveram um bom início de ano, com produções recordes, o que ajudou a reduzir preços de alguns produtos. Neste ano, os alimentos, que foram um dos vilões da inflação no ano passado, deram alívio no bolso do consumidor.

Itens importantes na cesta de compras do brasileiro tiveram quedas expressivas, como a farinha de mandioca (-4,78%), tomate (-4,64%), frutas (-2,09%), pão francês (-0,55%) e carne (-0,11%).

No acumulado do ano, alimentos têm queda de 2,40%, o menor índice desde 1994, ano da implantação do Plano Real.

A queda é verificada apenas no preço dos alimentos que são consumidos dentro de casa. Comer fora, contudo, ficou 0,21% mais caro em novembro.

A alimentação tem impacto significativo na inflação porque representa cerca de 25% das despesas das famílias.

Além da alimentação, o único dos nove grandes grupos de produtos e serviços investigados pelo IBGE que teve queda foram os artigos de residência. O recuo de 0,45% em novembro pode ser explicado pelas promoções da Black Friday no varejo.

Na ponta das altas, o destaque foi o grupo habitação. O indicador desacelerou em relação a novembro, mas manteve alta de 1,27% nos preços, tendo sido o de maior impacto no índice de inflação. A alta deveu-se ao aumento da tarifa da energia elétrica no período.

Transportes tiveram alta de 0,52% em novembro, o que representou avanço frente a outubro (0,49%). A alta foi puxada por aumentos da gasolina (2,92%) e do etanol (4,14%)

ACUMULADO

A queda do preço dos alimentos ajudou a desacelerar a inflação. Em novembro, os alimentos completaram sete meses seguidos de preços mais baixos, ao registrarem queda de 0,38%.

O recuo foi maior do que o verificado no mês anterior, de 0,05%.

Apesar da desaceleração, a inflação de novembro veio mais alta do que a verificada um ano antes, em novembro de 2016 (0,18%).

No acumulado dos 11 meses do ano, a inflação ficou em 2,5% —a menor taxa acumulada para o mês desde 1998. Já no acumulado em 12 meses encerrados em novembro, a alta é de 2,80%. Nos dois casos, os valores ficaram abaixo do centro da meta de inflação do governo, de 4,5% ao ano com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Economistas e analistas ouvidos pelo Banco Central na semana passada no Boletim Focus estimam que a inflação termine o ano em 3,03%.

Folha de São Paulo

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