A Rede Municipal de Ensino de Natal atende atualmente mais de cinco mil alunos na modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA), e para oferecer uma educação de qualidade, os professores participam durante todo o ano de uma formação continuada. Na noite desta quarta-feira (29), cerca de 325 profissionais – entre professores, coordenadores pedagógicos e gestores – participaram no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (Cemure), do III Encontro Coletivo de Formação Docente da Educação de Jovens e Adultos.
Com o tema “Desfazendo nós, ajustando laços”, o propósito do encontro foi o de aperfeiçoar técnicas pedagógicas e novas metodologias de ensino que possibilitem suscitar uma reflexão sobre a Base Comum Curricular e as perspectivas para a Educação de Jovens e Adultos. Das 74 unidades de Ensino Fundamental da Prefeitura Municipal do Natal, 23 oferecem no turno noturno essa modalidade de ensino. A formação continuada acontece de março até dezembro com carga horária de 40 horas, além das atividades vivenciais, destacando temáticas como tecnologia da informação e comunicação, processo de ensino e aprendizagem, práticas pedagógicas, educação especial e legislação.
Representando a Secretaria Municipal de Educação do Natal, a secretária adjunta de Gestão Pedagógica, professora Judineide Domingos Campos comentou a importância da formação continuada dos professores que atuam na EJA. “O professor necessita dominar técnicas e metodologias no trabalho didático com pessoas jovens e adultos, considerando a capacitação e atualização dos conteúdos curriculares de ensino”.
A professora Edinara Silva de Menezes, chefe do Setor de Educação de Jovens e Adultos da SME, ressaltou a importância da formação continuada. “A formação dos professores para a Educação de Jovens e Adultos é um planejamento elaborado para uma educação de qualidade, possibilitando meios do educador elaborar didáticas que resultem em um bom desempenho em sala de aula”.
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Na programação, uma palestra com a temática “A Base Nacional Curricular Comum” e as perspectivas para a Educação de Jovens e Adultos”, com a participação do professor doutor Walter Barbosa Pinheiro Júnior (UFRN), professora especialista Liz Araújo (IFESP), professora especialista Elma Teixeira Gadelha (SME), e a chefe do Setor de EJA, professora especialista Edinara Silva de Menezes.
A professora Elma Teixeira Gadelha apresentou um histórico de como se construiu a modalidade da EJA em Natal, ao longo dos anos, desde a gestão do ex-prefeito Djalma Maranhão e da participação do educador Paulo Freire. “Estabelecemos parâmetros a partir de 1990, quando a modalidade foi incorporada como segmento educacional, depois em 1998 com a implantação do Projeto Acreditar, e numa inciativa pioneira em 1999, com Projetos de Trabalhos na Escola Municipal Prefeito Mário Lira e no ano seguinte nas escolas municipais Professor Veríssimo de Melo, Chico Santeiro, Monsenhor José Alves Landim e Professor Ascendino de Almeida”. Na oportunidade a professora destacou um convenio firmado entre a PMN e a UFRN para a realização de uma especialização em EJA entre 2006 e 2007, e que beneficiou 226 professores da Rede Municipal do Natal.
“É preciso haver um diálogo das diretrizes nacionais da EJA com a educação. Evidenciar as especialidades deste público formado por jovens acima de 15 anos e adultos que retornam ao convívio escolar. Pensar algumas situações e experiências significativas de baixa evasão da EJA como uma política pública permanente que precisar está na Base Nacional Comum Curricular”, destacou a professora do Instituto de Formação em Ensino Superior Presidente Kennedy, Liz Araújo.
Professor doutor da UFRN, Walter Barbosa comentou da necessidade de uma avaliação da EJA nas escolas, buscando identificar nos resultados algum tipo de fragilidade e ações que foram acertadas ao longo do tempo. “É preciso retomar o debate da proposta curricular do município e instaurar em uma escola um currículo de EJA experimental com autorização do Conselho Municipal de Educação”, sugeriu o docente que já integrou os quadros da Rede Municipal de Ensino.
O evento de encerramento da formação foi também um momento de exposição dos materiais pedagógicos com as propostas criadas nas escolas apresentando temáticas como “Consciência Negra: somos todos iguais em nossas diferenças”, “Ensino Religioso e Matemática”, “Alfabetização ecológica e conceitos básicos de sustentabilidade”, entre outros.
O resultado que a formação alcançou em sala de aula de acordo com a professora Liliana Nunes de Oliveira, que atua na Escola Municipal Professora Iapissara Aguiar, foi de um momento para trocar informações. “Foi muito gratificante ver os professores interagindo e gostando das experiências divididas no grande grupo, discutindo propostas direcionadas à prática pedagógica como aprendizagem e avaliações”.
Para professor da Escola Municipal Professor Ulisses de Gois, Liceu Luiz de Carvalho, os conhecimentos adquiridos já estão lhe ajudando bastante no cotidiano da escola. “Foi muito importante. Houve trocas de experiências exitosas e isso acontece com algumas adaptações de acordo com a realidade das turmas, conseguindo aplicar os ensinamentos e servindo de subsídios para as aulas”.
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