A implantação do árbitro de vídeo causa uma saia justa entre a CBF e a Globo por conta do uso das imagens da emissora para tomar decisões sobre os erros. A confederação tenta acelerar o processo, enquanto a emissora quer garantir que sua participação não vai interferir no sistema esportivo.
As discussões entre as partes ocorrem enquanto a CBF tentar contratar uma empresa para ter todos os monitores para árbitros, e montar um sistema até o final de semana. E isso tem de casar com o sistema da Globo de transmissões que é usado no Brasileiro. É provável que não se conclua até o final da semana.
Uma primeira questão é que a emissora tem mais câmeras em alguns jogos do que em outros pela própria lógica de transmissão. Assim, haveria mais câmeras em um jogo de domingo à tarde transmitido para toda a rede em TV aberta do quem em outro do pay-per-view de times de menor expressão. Isso poderia causar desequilíbrio.
Diante dessa situação, a comissão de arbitragem da CBF vai utilizar um número de câmeras padrão disponíveis em todos os jogos. Mas aí terá de ver como não usar as outras extras de jogos grandes.
”Existe um mínimo de câmeras, algo como sete. Mas ainda estamos conversando. Se precisarmos colocar mais câmeras para viabilizar, vamos conversar. Tudo será ajustado aos poucos. Em um jogo com 20 câmeras, ok”, afirmou o presidente da comissão de arbitragem da CBF, coronel Marcos Marinho.
A confederação queria que a Globo emprestasse os operadores de replay com know-how para serem usados nas cabines de árbitros de vídeo. Só que a emissora não gostou da ideia. Entende que não tem que colocar seus funcionários para atuar na parte esportiva, da arbitragem.
Há um temor da Globo de ela seja vista como interferindo na arbitragem. Por isso, a intenção é ajudar, sim, a CBF, mas apenas fornecendo as imagens solicitadas. Não haverá participação no sistema de monitoramento do árbitro.
E aí surge uma terceira questão: as câmeras da Globo são posicionadas para melhor transmissão ao telespectador, e não para atender critérios técnicos de arbitragem. Ou seja, não haverá como garantir que haverá uma câmera para pegar um impedimento na linha da defesa.
Todos esses itens emperram as discussões entre as partes e tornam o cenário complicado para utilizar árbitro de vídeo já na próxima rodada do Brasileiro. A ordem do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, era acelerar o processo, mas ele mesmo que protelou a ideia em pelo menos um ano por economia.
UOL – Blog Rodrigo Mattos, com Pedro Ivo de Almeida
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