quinta-feira, 30 de junho de 2016

Aliados de Carlos avaliam apoio de Henrique na campanha: ajuda ou atrapalha?

Acusações de envolvimento em propinas, após novas delações de Sérgio Machado e a informação vazada que Henrique teria, assim como Eduardo Cunha, contas bancárias não declaradas na Suíça, levaram Henrique a cair do Ministério e se desgastar.
Por: Cefas Carvalho e José Pinto Júnior 

Com o intuito de alavancar sua tentativa de reeleição como prefeito de Natal, há alguns meses Carlos Eduardo Alves (PDT) se reaproximou do PMDB, o que chegou a gerar problemas internos no peemedebismo, incluindo o protesto público do deputado estadual Hermano Morais, que desejava concorrer novamente à Prefeitura, e não apoiar Carlos. É importante ressaltar que os dois foram adversários na campanha de 2012, que elegeu o atual prefeito.

À época, boa parte dos analistas políticos raciocinou que a estratégia de Carlos Eduardo parecia acertada. Afinal de contas, o PMDB, partido que detém a maior parte das prefeituras no estado, possui considerável força estrutural e eleitoral e contava com dois líderes políticos de primeira grandeza e dimensão nacional – o senador Garibaldi Alves Filho e o então ministro do Turismo (ainda no Governo Dilma) Henrique Eduardo Alves, ambos os primos de Carlos.

Pois bem, confiante nos benefícios desta aliança, o atual prefeito acabou “escanteando” a vice-prefeita Wilma de Faria (PTdoB) e terminou assumindo disfarçadamente (segundo revelam aliados do próprio gestor) o compromisso de dar ao PMDB a indicação da candidatura a vice na chapa que concorrerá nas eleições de 2 de outubro próximo. É importante lembrar que a reaproximação já acontecera nas eleições de 2014, quando Carlos apoiou a candidatura de Henrique Alves ao Governo do Estado.

Contudo, com o passar dos meses, o quadro começou a mudar. Antevendo o afastamento de Dilma, Henrique saiu do ministério, viu Michel Temer ocupar a presidência, ainda que interinamente, e novamente foi nomeado ministro do Turismo. 

Mas, um mês depois, tudo ruiu para Henrique. Acusações de envolvimento em escândalo de propinas, após novas delações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e a informação vazada que Henrique teria, assim como Eduardo Cunha, contas bancárias não declaradas na Suíça, levaram Henrique a cair. Pior: ganhou o rótulo de “golpista” e beneficiário de propinas.

Daí aliados de Carlos passaram a questionar sobre o real peso de Henrique e do seu PMDB na campanha que começa em poucos meses. O filho de Aluízio Alves mais ajuda ou atrapalha?

Claro que um partido com a estrutura e o peso do PMDB em uma campanha sempre ajuda, além de aumentar o tempo de propaganda eleitoral gratuita, mas isso compensaria os votos que Henrique poderia tirar de Carlos com seu desgaste? E se no meio da campanha Henrique for envolvido em noivo escândalo ou tornar-se réu nas investigações, isso poderia afetar diretamente a campanha de Carlos, dando munição para seus opositores?


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