terça-feira, 5 de agosto de 2014

Presidente da CPI da Petrobras do Senado pede investigação da PF sobre repasse de ‘gabarito’

O presidente da CPI da Petrobras do Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), pediu nesta terça-feira (5) para que a Polícia Federal investigue denúncia de que representantes da Petrobras receberam com antecedência o “gabarito” com perguntas que seriam feitas na comissão de inquérito. Vital disse que a PF precisa apurar se o vídeo que flagra a negociação para o envio das perguntas envolve servidores do Senado.
“Eu entreguei ofício para o diretor-geral da Polícia Federal pedindo providências. Precisamos saber se a prova [o vídeo] envolve pessoas do Senado. A PF vai analisar o caso”, afirmou Vital.
O presidente da CPI também pediu que a diretoria-geral do Senado instaure sindicância para apurar se houve crime por parte dos servidores da Casa que teriam participado da negociação.
Apesar da denúncia, o senador disse que não pretende anular depoimentos concedidos à CPI nem destituir do cargo o relator da comissão, senador José Pimentel (PT-CE), como defendem senadores do DEM e PSDB. “Não devemos politizar essa situação. Falece à oposição o questionamento de uma CPI que ela boicotou o tempo todo”, afirmou.
De acordo com parlamentares da oposição, o boicote aconteceu graças à suspeita de que não haveria uma investigação séria no inquérito.
Vital disse que a CPI está com os trabalhos “adiantados” e deve encerrar as atividades no final de setembro. O prazo previsto para o final das investigações termina no dia 14 de novembro, mas pode ser prorrogado se houver interesse dos integrantes da comissão. “A CPI vai continuar em seu ritmo necessário porque temos uma obrigação a fazer. Temos até o prazo final para apurar os quatro eixos de investigação.”
Reportagem da revista “Veja” afirma que a presidente da Petrobras, Graça Foster, o ex-presidente da estatal Sérgio Gabrielli e o ex-diretor da estatal Nestor Cerveró receberam antecipadamente as perguntas que responderiam na CPI do Senado.
Segundo a revista, os servidores Paulo Argenta, da SRI (Secretaria de Relações Institucionais da Presidência), Marcos Rogério de Sousa e Carlos Hetzel, que trabalham no bloco de apoio ao governo no Senado, teriam elaborado os questionamentos aos depoentes. A reportagem também afirma que o relator José Pimentel participava das negociações.
A “Veja” revelou um vídeo que flagra uma conversa entre José Eduardo Barrocas, chefe do escritório da Petrobras em Brasília, e Bruno Ferreira, advogado da estatal. Na conversa, os dois dão detalhes do acerto para antecipar as perguntas.
Em nota, Pimentel negou que tenha repassado as perguntas aos membros da Petrobras, mas admite que elaborou uma lista comum de questionamentos para serem feitos aos depoentes.
Folha Press

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