Três meses depois da última audiência e em plena campanha eleitoral, será retomado nesta sexta-feira à tarde, em Belo Horizonte, o julgamento do chamado mensalão tucano. O processo, que apura denúncia desvio de recursos públicos para a campanha à reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas, em 1998, ainda está na fase de instrução. Ou seja, sem previsão de desfecho. O atraso já beneficiou dois réus, que tiveram os crimes prescritos pela Justiça: o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, vice de Azeredo no primeiro mandato, e Cláudio Mourão, tesoureiro do PSDB mineiro.
Com recente renúncia do senador Clésio Andrade (PMDB), último réu com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF), a tramitação de todo o processo passa a se concentrar no Fórum Lafayette, em BH. Azeredo é o outro réu que renunciou mandato de deputado federal. A renúncia já completou seis meses, mas até o hoje o acórdão que determinou a remessa para primeira instância não foi publicado pelo STF. Dessa forma, o processo contra o tucano está parado em Brasília.
A última oitiva foi, agendada para o dia 29 de abril, teve que ser adiada pela juíza Neide da Silva Martins, da 9ª Vara Criminal, porque duas testemunhas arroladas pelo réu José Afonso Bicalho, acusado de peculato, não compareceram. Naquela oportunidade, o promotor do caso, João Medeiros, protestou e pressionou a juíza para que ela marcasse nova oitiva para tomar depoimento das duas testemunhas de Bicalho em uma só sessão. Bicalho é ex-presidente do extinto banco Bemge. Em sua gestão, a instituição financeira transferiu R$ 500 mil à SMP&B, agência do operador Marcos Valério, a título de patrocínio de um evento de motocross, mas o recurso foi desviado para os cofres da campanha, de acordo com o Ministério Público (MP). Ao todo foram desviados R$ 3,5 milhões do erário mineiro para a campanha, sustenta a denúncia.
O Globo
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