PRECARIEDADE
- Foto: Wellington Rocha
Carolina Souza
acw.souza@gmail.com
Três viaturas para suporte avançado e nove para suporte básico. Esse é o somatório de viaturas que compõe o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Natal. Os doze veículos são capazes de dar cobertura a todas as chamadas recebidas pela unidade que precisam de atendimento médico-hospitalar móvel. A cada mês, em média, o SAMU Natal realiza 400 atendimentos de suporte avançado e dois mil atendimentos de suporte básico. Ao todo, são aproximadamente 25 mil chamadas atendidas, incluindo trotes e orientações médicas por telefone.
A coordenadora geral do SAMU Natal, Maria Valéria Bezerra, disse a O Jornal de Hoje que a qualidade do serviço prestado pelo atendimento móvel só não é melhor por causa de demora da viatura para se deslocar até o local do acidente. “A quantidade veículos que trabalhamos é baseada na demanda populacional atendida. É claro que termos mais veículos iria melhorar os serviços, mas nosso maior problema é administrar o tempo que o veículo leva até o local específico de atendimento”, disse.
Valéria explica que o tempo de deslocamento das viaturas é o maior questionamento da população. “Muita gente reclama que levamos até uma hora para chegar ao local exato, mas isso se deve a inúmeros fatores. O aumento do número de casos de violência e acidente nas ruas que precisam do SAMU é constante, mas o trânsito da nossa cidade é algo que prejudica bastante”.
Uma das medidas que poderá ajudar no deslocamento das viaturas é a finalização do projeto que prevê a construção de quatro bases descentralizadas do SAMU Natal. A sede, localizada no bairro Dix-Sept Rosado, na zona Oeste, contaria com o apoio de mais quatro bases nas outras zonas administrativas da cidade. De acordo com informações da direção, o projeto está em processo de licitação.
“Além de ajudar na agilidade dos atendimentos, as bases descentralizadas são um pré-requisito para qualificar o serviço do SAMU Natal, que hoje ocupa o posto de ‘habilitado’ pelo Ministério da Saúde. À medida que vamos nos qualificando, recebemos incremento de verba”, afirmou Valéria Bezerra, explicando que os custos do SAMU Natal são mantidos com verba do Governo Federal (responsável por 50% dos repasses) e dos governos estadual e municipal, cada um desses responsável por 25% dos repasses.
A Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS) e a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) tentam dar um suporte para agilidade do SAMU no que diz respeito à organização do perfil e situações clínicas dos hospitais. O maior hospital de trauma do Estado, Hospital Walfredo Gurgel, por exemplo, é um dos pontos que também atrapalham os Serviços de Atendimento Móvel.
Por ser o principal destino dos acidentados e viver constantemente com ‘superlotação’, o Hospital Walfredo Gurgel acaba prendendo as macas do SAMU. “Sem maca, o serviço do SAMU não funciona. O Hospital deveria ser apenas a porta para deixarmos os pacientes, mas as macas acabam ficando mais tempo por falta de leito”, disse. “Isso também atrasa nosso atendimento aos chamados das ruas. Temos apenas que direcionar os pacientes à porta dos Hospitais para não termos nossas macas presas. Não podemos exercer outro papel. Somos apenas parte integrante de uma rede de urgência e emergência”, afirmou Valéria.
COPA
Durante a Copa do Mundo em Natal, não houve demanda que sobrecarregasse os atendimentos nas ruas, segundo registrou o SAMU Natal. Na FIFA Fan Fest, maior local com possíveis riscos iminentes, os atendimentos foram tranquilos em função da existência de um Posto Médico Avançado (PMA). “Não precisamos nem aumentar o nosso efetivo. Apenas fizemos uma reorganização da escala dos profissionais. A Copa do Mundo foi um grande aprendizado para nós”, disse a coordenadora geral.
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