terça-feira, 15 de julho de 2014

Comerciantes do Centro reclamam de falta de estrutura e insegurança. Camelódomo do Centro também passa por dificuldades e proprietários de boxes pagam do próprio bolso na tentativa de inibirem assaltos

PRAÇA PE. JOÃO MARIA
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Alessandra Bernardo
alessabsl@gmail.com
Os comerciantes que trabalham na feirinha de artesanato da Praça Padre João Maria, na Cidade Alta, reclamam das condições precárias das barracas e da falta de segurança na região, que é comprometida principalmente à noite, quando a área se torna ponto de encontro para usuários de drogas. De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), há um projeto de readequação para a feira, mas ele só deve ser iniciado no próximo ano.
Segundo o comerciante José Batista, sua barraca já foi arrombada duas vezes durante a madrugada e, para evitar novos prejuízos, alugou um espaço em um prédio próximo para guardar todo seu material de trabalho. Ele disse que a situação já foi pior e que, há cerca de dois meses, a Polícia Civil passou a monitorar a área, para inibir a presença de bandidos e pessoas mal-intencionadas.
“Trabalhamos confiando apenas em Deus para nos proteger. Depois que a polícia passou a monitorar aqui, ficou um pouco melhor, mas ainda assim, aparecem alguns moradores de rua dormindo sobre as bancas. Isso afasta as pessoas, que têm medo de serem atacadas e atrapalha o nosso trabalho, que já é comprometido pela precariedade das barracas”, desabafou.
Ele afirmou ainda que há cerca de seis meses, equipes da Prefeitura Municipal passaram pelo local realizando o cadastramento de todos os comerciantes para renovar as barracas existentes na área. No entanto, até agora, nada foi feito. “Já nos cadastraram várias vezes nesses 30 anos, mas até hoje nunca melhoraram nada do que haviam prometido. E não temos o que fazer, a não ser esperar”, falou.
De acordo com informações da Semsur, há um projeto de readequação da feira de artesanato da Praça Padre João Maria, um dos principais pontos turísticos de Natal, mas ele somente deve ser posto em prática a partir do primeiro semestre de 2015, porque não há mais recursos municipais para a reforma das barracas. As peças, de madeira, estão completamente desgastadas pelo tempo e não oferecem o mínimo de segurança.
A situação no camelódromo municipal, próximo ao prédio da Prefeitura de Natal, também não é muito boa. Com vários boxes fechados, o local é um dos principais pontos de comércio informal de Natal e apresenta inúmeros problemas de instalação elétrica, com o risco iminente de curto-circuito, de acordo com inspeção do Corpo de Bombeiros.
No local, nenhum dos comerciantes consultados quis se identificar, mas todos afirmaram que não há segurança pública e que os eles pagam do próprio bolso uma empresa de vigilância privada, para evitar assaltos e arrombamentos. Eles também reclamaram da precariedade da estrutura física do prédio e do teto, cujas estruturas metálicas e calhas de água estão com diversos pontos de ferrugem e desgastes naturais.
“Pagamos duas pessoas para fazerem a limpeza dos banheiros, que são usados por nós e também pelos consumidores. Trabalho aqui desde a abertura e nunca vi nenhum funcionário da Prefeitura fazendo manutenção neste prédio. Não sei como nunca fecharam isso aqui”, afirmou um comerciante.
Conforme a assessoria de imprensa da Semsur, o camelódromo da Cidade Alta passará por reforma da rede elétrica até o final deste ano, após a conclusão dos serviços na unidade do Alecrim. Além destes dois, o Mercado do Peixe, nas Rocas, também será contemplado com a melhoria da instalação elétrica. A Semsur informou ainda que há um funcionário de uma empresa terceirizada responsável pela limpeza dos banheiros na Cidade Alta e um guarda municipal que passa das 7h às 17h, na segurança da área.

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