RIGOR NAS APURAÇÕES
Diego Hervani
diegohervani@gmail.com
O Comando Geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte abriu, nesta segunda-feira (7), um inquérito para investigar a denúncia de uma estudante de 18 anos, que alega ter sido estuprada por três PMs, na madrugada do dia 25 de junho, na Rua Dr. Manoel Augusto Bezerra de Araújo – mais conhecida como a ‘Rua do Salsa’, em Ponta Negra, zona Sul de Natal.
“Estamos colhendo todas as informações possíveis do caso, já que ela procurou apenas a Polícia Civil. Solicitei uma cópia do Boletim de Ocorrência que foi registrado na Delegacia de Plantão da Zona Sul e já cobrei a escala dos policiais que trabalharam naquela região, no dia e horário em que a moça alega ter sido violentada. Quando identificarmos esses policiais, iremos convocá-los para escutar a versão deles, assim como o da vítima”, destacou o coronel Francisco Araújo, comandante geral da PM no RN.
Apesar de ter instaurado o inquérito, Araújo pediu para que a jovem fizesse a denúncia na própria Polícia Militar. “Assim, como ela procurou a Polícia Civil, é importante que faça a denúncia à própria PM e à Corregedoria, para que também possa ser melhor investigado”.
De acordo com o que consta no Boletim de Ocorrência, a garota estava acompanhada de um turista uruguaio, comemorando a vitória da seleção do Uruguai sobre a Itália por 1 a 0, no último dia 24, em Natal, pela Copa do Mundo. No início da madrugada do dia 25, os policiais teriam feito um ‘baculejo’ no estrangeiro e o mandaram embora. “Depois disso obrigaram a vítima a entrar na viatura, em seguida, alegando que havia ‘pó’ em seu nariz. Em seguida, forçaram a estudante a fazer sexo oral nos três. Não satisfeitos, passaram a estuprá-la”.
Ainda segundo a estudante, os PMs também teriam praticado agressão física e ainda roubado a quantia de R$ 30. Os policiais civis que atenderam a vítima no dia do suposto estupro, relataram que a moça estava em estado de choque e bastante nervosa, por isso, ela não soube apresentar detalhes que pudessem identificar os possíveis agressores, mas teria dito que um deles era de pele escura e que todos utilizavam um boné baixo nos olhos para dificultar a identificação.
O caso foi registrado na Delegacia de Plantão da Zona Sul, por volta das 4h daquele dia.
Diante da suspeita de estupro, a estudante foi levada para o Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), onde realizou exames. Com isso, o BO foi repassado para a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), que ainda espera o laudo do Instituto Técnico-Científico da Polícia (Itep), para constatar se realmente o estupro aconteceu.
Apesar de ainda ter que constatar a veracidade de denúncia, o coronel Araújo afirma que a corporação não aceita esse tipo de comportamento de seus policiais. “O que podemos dizer é que a Instituição Polícia Militar não tolera nenhum tipo de crime, muito menos de uma gravidade dessas. Mas, primeiro, é preciso saber se realmente houve, identificar os responsáveis, investigar e então punir. Pois até agora temos apenas a denúncia dessa pessoa”. “Teve um caso em que um PM encontrou um casal em um motel, levou os dois para um matagal e depois estuprou a mulher. Nesse caso fizemos todos os procedimentos cabíveis e o expulsamos da corporação”, recordou.
O caso citado por Francisco Araújo aconteceu em agosto de 2010. Na ocasião, Segundo informações da própria polícia, soldado Nilson da Silva rendeu um casal que chegava ao Motel Rarus. Ele estava armado e obrigou o homem a entrar no porta-malas de um carro. Depois disso, o acusado levou o casal até um matagal e começou a estuprar a mulher. O homem que estava na mala conseguiu sair e entrar em luta corporal com o policial. As duas vítimas agrediram o PM, que acabou fugindo e deixando cair o celular. Com isso, outros policiais foram acionados e começaram a realizar diligências em busca do suspeito. Através do próprio celular foi possível fazer identificação do acusado, que foi preso ainda na área da Redinha.
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