SANEAMENTO
Nadjara Martins
repórter
Natal possui R$ 43,1 milhões em obras de esgotamento sanitário que nunca foram utilizadas pela população. O valor é referente a construção dos sistemas de coleta e transporte do esgoto em bairros da zona sul que foram total ou parcialmente finalizados, mas nunca liberados para as ligações residenciais. Segundo a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), a falta de estações elevatórias de esgoto (EEEs) impedem a conexão das casas ao sistema adutor, que impulsiona o esgoto para as estações de tratamento. O problema só deve ser resolvido ao final de 2015, com o fim previsto das ações do Projeto Sanear.
repórter
Natal possui R$ 43,1 milhões em obras de esgotamento sanitário que nunca foram utilizadas pela população. O valor é referente a construção dos sistemas de coleta e transporte do esgoto em bairros da zona sul que foram total ou parcialmente finalizados, mas nunca liberados para as ligações residenciais. Segundo a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), a falta de estações elevatórias de esgoto (EEEs) impedem a conexão das casas ao sistema adutor, que impulsiona o esgoto para as estações de tratamento. O problema só deve ser resolvido ao final de 2015, com o fim previsto das ações do Projeto Sanear.
Magnus Nascimento
Esgoto a céu aberto na rua Totorós, no bairro de Candelária
Os principais bairros afetados ficam na zona sul, como Capim Macio, Neópolis (conjuntos Jiqui, Pirangi, Neópolis), Planalto e Candelária. Nos dois primeiros, a rede coletora já foi concluída, mas a ausência de EEEs nos bairros impede que os moradores se conectem ao sistema de esgotamento, sendo obrigados a construir fossas ou, clandestinamente, despejar água servida nas ruas.
Em Candelária, apenas um trecho da rede coletora – entre a Rua Tororós e o canal do Baldo – não foi feito. O restante do bairro é coberto, mas sem a EEE não pode funcionar. Já no Planalto, o projeto da rede coletora foi apenas iniciado em 2007, mas paralisado pela Caern.
O aposentado Humberto Gomes, morador do conjunto Pirangi, no bairro Neópolis, afirma que o bairro conta com a rede de esgotamento “há praticamente dois anos”, mas nenhum morador foi liberado para utilizar a rede. “Tenho quatro fossas aqui em casa, acho até mais higiênico”, afirma o morador.
O projeto de esgotamento em Neópolis e Capim Macio foi iniciado no final de 2008, mas paralisado por problemas em editais, só retomou em outubro de 2013. Pirangi é o último conjunto a receber as tubulações. Além disso, os conjuntos ainda estão recebendo estações elevatórias, que vão bombear os dejetos até a Estação de Tratamento de Esgoto de Ponta Negra. A primeira etapa, que compreende Pirangi e Capim Macio, começa a operar a partir de março de 2015; a segunda, que compreende Jiqui e parte de Pirangi, somente no primeiro semestre de 2016, segundo a Caern.
No projeto inicial, estimado em R$ 31,7 milhões, o esgoto seria transportado para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Guarapes, mas a obra ainda está em fase de licitação.
Em Candelária, todo o bairro possui as tubulações para coleta e transporte de esgoto, mas o sistema nunca chegou a ser utilizado. Segundo o líder comunitário do bairro, Victor Vale, a última intervenção de esgotamento foi realizada em 2010. “Não tivemos uma só obra desde o governo anterior”, reclama.
Em frente à obra da estação elevatória, duas bocas de lobo estavam estouradas na última terça-feira (8), e jorravam esgoto. “Incomoda muito o cheiro, tem mosquito. Começaram a limpar, mas quando chove alaga tudo de novo”, conta João Carlos Ferreira, morador do bairro.
Entretanto, de acordo com a Caern, parte do bairro já possui o sistema de coleta e transporte do esgoto – excluindo apenas o trecho que ligará a EEE Candelária para a ETE do Baldo. Menos de 10% do sistema coletor chegou a ser liberado pela população em março deste ano, com a conclusão do coletor tronco construído na marginal da BR-101.
“Há um trecho de rede que já está feito. Precisamos concluir o trecho nas imediações do Alecrim, que enviará o esgoto para o Baldo. A EEE de Candelária será concluída até o final do próximo mês”, garante o gerente de obras da Caern, Fábio Siqueira. A construção da estação, que custará R$ 888,3 mil, tinha previsão de conclusão para agosto do ano passado, mas problemas no terreno da obra impediram a conclusão.
De acordo com a gerente de empreendimentos da Caern, Geny Formiga, a companhia precisou adquirir o terreno por trás da escola estadual Acrísio Freire, na rua Tororós, para iniciar as construções. A Caern ainda planeja construir outras 60 estações elevatórias na cidade.
Caern prevê licitação de R$ 504 milhões
De acordo com a Caern, todos os bairros que possuem rede coletora devem ser completamente ligados às estações de tratamento até o ano que vem. O objetivo era atender a meta do programa Sanear RN até este ano, mas os sucessivos atrasos de reajustes nos projetos estenderam a finalização dos 80% de saneamento da capital para 2015. A companhia retomou as obras da bacia EFK, que contempla a construção de toda a rede coletora da zona oeste e parte da zona sul, contemplando os bairros de Felipe Camarão, Cidade Nova, Guarapes, Planalto e parte de Ponta Negra. “A obra foi iniciada em 2007, mas só retomamos em novembro de 2014. A previsão é que seja finalizada até 2015”, reiterou Geny Formiga. Dois conjuntos foram ligados à ETE do Baldo já neste ano: Morro Branco e Nova Descoberta. Para a conclusão geral das bacias que não contam com esgotamento, localizadas nas zonas norte e sul, a Caern abrirá uma licitação no valor de R$ 504 milhões. Ontem, a Companhia publicou avisos, anunciando as datas dos processos licitatórios, que devem ocorrer entre 25 de julho e 6 de agosto. Entrentanto, o edital está em fase de finalização.
O aposentado Humberto Gomes, morador do conjunto Pirangi, no bairro Neópolis, afirma que o bairro conta com a rede de esgotamento “há praticamente dois anos”, mas nenhum morador foi liberado para utilizar a rede. “Tenho quatro fossas aqui em casa, acho até mais higiênico”, afirma o morador.
O projeto de esgotamento em Neópolis e Capim Macio foi iniciado no final de 2008, mas paralisado por problemas em editais, só retomou em outubro de 2013. Pirangi é o último conjunto a receber as tubulações. Além disso, os conjuntos ainda estão recebendo estações elevatórias, que vão bombear os dejetos até a Estação de Tratamento de Esgoto de Ponta Negra. A primeira etapa, que compreende Pirangi e Capim Macio, começa a operar a partir de março de 2015; a segunda, que compreende Jiqui e parte de Pirangi, somente no primeiro semestre de 2016, segundo a Caern.
No projeto inicial, estimado em R$ 31,7 milhões, o esgoto seria transportado para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Guarapes, mas a obra ainda está em fase de licitação.
Em Candelária, todo o bairro possui as tubulações para coleta e transporte de esgoto, mas o sistema nunca chegou a ser utilizado. Segundo o líder comunitário do bairro, Victor Vale, a última intervenção de esgotamento foi realizada em 2010. “Não tivemos uma só obra desde o governo anterior”, reclama.
Em frente à obra da estação elevatória, duas bocas de lobo estavam estouradas na última terça-feira (8), e jorravam esgoto. “Incomoda muito o cheiro, tem mosquito. Começaram a limpar, mas quando chove alaga tudo de novo”, conta João Carlos Ferreira, morador do bairro.
Entretanto, de acordo com a Caern, parte do bairro já possui o sistema de coleta e transporte do esgoto – excluindo apenas o trecho que ligará a EEE Candelária para a ETE do Baldo. Menos de 10% do sistema coletor chegou a ser liberado pela população em março deste ano, com a conclusão do coletor tronco construído na marginal da BR-101.
“Há um trecho de rede que já está feito. Precisamos concluir o trecho nas imediações do Alecrim, que enviará o esgoto para o Baldo. A EEE de Candelária será concluída até o final do próximo mês”, garante o gerente de obras da Caern, Fábio Siqueira. A construção da estação, que custará R$ 888,3 mil, tinha previsão de conclusão para agosto do ano passado, mas problemas no terreno da obra impediram a conclusão.
De acordo com a gerente de empreendimentos da Caern, Geny Formiga, a companhia precisou adquirir o terreno por trás da escola estadual Acrísio Freire, na rua Tororós, para iniciar as construções. A Caern ainda planeja construir outras 60 estações elevatórias na cidade.
Caern prevê licitação de R$ 504 milhões
De acordo com a Caern, todos os bairros que possuem rede coletora devem ser completamente ligados às estações de tratamento até o ano que vem. O objetivo era atender a meta do programa Sanear RN até este ano, mas os sucessivos atrasos de reajustes nos projetos estenderam a finalização dos 80% de saneamento da capital para 2015. A companhia retomou as obras da bacia EFK, que contempla a construção de toda a rede coletora da zona oeste e parte da zona sul, contemplando os bairros de Felipe Camarão, Cidade Nova, Guarapes, Planalto e parte de Ponta Negra. “A obra foi iniciada em 2007, mas só retomamos em novembro de 2014. A previsão é que seja finalizada até 2015”, reiterou Geny Formiga. Dois conjuntos foram ligados à ETE do Baldo já neste ano: Morro Branco e Nova Descoberta. Para a conclusão geral das bacias que não contam com esgotamento, localizadas nas zonas norte e sul, a Caern abrirá uma licitação no valor de R$ 504 milhões. Ontem, a Companhia publicou avisos, anunciando as datas dos processos licitatórios, que devem ocorrer entre 25 de julho e 6 de agosto. Entrentanto, o edital está em fase de finalização.
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