quarta-feira, 25 de junho de 2014

Atendimentos a “pacientes Copa” não registram casos com gravidade. Números são relativos a demandas no Arena das Dunas, entorno do estádio e Fifa Fan Fest

BALANÇO POSITIVO
Hospital-Walfredo-Gurgel--JA--(18)-
Marcelo Lima
Reporter
O balaço final dos atendimentos na área de saúde da Copa do Mundo é positivo. Pelo menos na avaliação da Coordenadora Geral do Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (Ciosc), Narielly Galvão.
Segundo ela, 409 atendimentos foram registrados com “pacientes Copa” até às 23 horas de ontem. Desse total, 346 são casos clínicos e 63 são traumas. Os clínicos foram diarreias, dores de barriga, dor de cabeça, intoxicação alcoólica e outros do tipo. “Nos traumas, são fraturas simples, traumas contusos e torções”, explicou a coordenadora.
Segundo a coordenadora, os serviços de hospitalares foram os mais usados e o Serviço de Atendimento Móvel foi acionado pouquíssimas vezes. Ainda não foi contabilizado o número de quantos turistas estrangeiros e nacionais foram atendidos. Os números atuais se referem apenas as pessoas que estavam nos arredores ou dentro do estádio ou no Fifa Fan Fest.
Narielly Galvão também falou que a estrutura montada também foi suficiente para a quantidade de casos. Só ao redor da Arena da Dunas, havia ambulâncias da Samu RN e Samu Natal e uma ambulância de combate a agentes químicos, biológicos, radioativos e nucleares ( com sigla QBRN) em seis Postos de Verificação Veicular.
Além disso, na zona de exclusão de dois quilômetros nas imediações do estádio onde só podia haver pedestres, atuaram dois agentes da Samu em aparelhos segways – uma espécie de patinete automotivo.
Toda a rede de saúde estava mobilizada para o atendimento, mas não exclusivamente para os pacientes relacionados com a Copa do Mundo. Na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Cidade da Esperança, alguns pacientes que procuraram atendimento foram redirecionados para outra unidade da rede de saúde.
A coordenadora-geral explica que isso ocorreu em função da classificação de urgência de cada caso. “A gente usou classificação Manchester. O paciente classificado na cor verde pode ir para uma unidade básica e não precisa ser atendimento numa UPA. Já o paciente classificado de cor amarela, não precisa ir para o Hospital Walfredo Gurgel, pode ser atendido numa UPA mesmo. Mas isso é uma questão cultural também que não dá para se mudar dentro de um mês”, declarou.
Os boatos sobre as epidemias de algumas doenças também não se confirmaram. “Os casos de meningite ficaram dentro do esperado para época. O que atrapalhou um pouco foram as redes sociais que nem sempre são usadas de forma correta. Mas a gente não teve nenhuma suspeita de doenças de notificação compulsória”, disse.
Casos de doenças como malária, dengue, sarampo devem ser obrigatoriamente notificadas às autoridades de controle epidemiológica para o devido monitoramento. Ainda segundo Narielly, também não houve óbitos ou casos de doenças graves. Apenas um turista dos Estados Unidos teve uma suspeita de malária, que foi descartada depois de novos exames feitos em Recife.
Na Fifa Fan Fest, a estrutura continua montada até o final da festa em 13 de julho. “Lá temos um Posto Médico Avançada (PMA). A equipe mínima é de dois médicos, dois enfermeiros e quatro técnicos em enfermagem e um condutor para a ambulância”, explicou a coordenadora do Ciosc. Segundo Narielly Galvão, a função dos profissionais do PMA é tentar resolver os pequenos casos sem precisar utilizar a rede. Conforme a coordenadora da saúde para a Copa, o posto atendeu a procedimentos simples como pequenas suturas e houve apenas duas remoções com a utilização da ambulância.
Walfredo: principal hospital do RN no escuro
Exatamente no último dia da Copa do Mundo em Natal, um dos geradores do Hospital Walfredo Gurgel deixou de funcionar. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública, o problema aconteceu em decorrência de uma alta tensão que veio da rede elétrica da Cosern e sobrecarregou um dos geradores do hospital.
Segundo um funcionário da unidade hospitalar, “teve um pipoco no gerador de 6h da manhã de ontem”. O fato teria precedido o apagão que houve no hospital por volta da 19h30 de ontem. Ainda segundo ele, não houve óbitos e prejuízos maiores para os pacientes. A Secretaria de Saúde e o Hospital disse que só poderá se pronunciar sobre o motivo do problema depois de um laudo parcial da empresa prestadora de serviços dos geradores. Um gerador menor ficou responsável por manter o centro cirúrgico e a UTI em funcionamento. Os aparelhos no breaks de outras alas do hospital também funcionaram, o que amenizou o desespero de profissionais, pacientes e acompanhantes.

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