Um dos homicídios de maior repercussão em 2013, a morte do advogado Antônio Carlos de Souza Oliveira completa nesta sexta-feira (9) um ano. Porém, mesmo depois de tanto tempo, os quatro acusados de terem participado do crime ainda não foram a julgamento, o que só deve acontecer em 2015.
“Como foi um caso de atentado contra uma vida, o julgamento vai para júri. Quando a atual fase do processo terminar, a defesa dos acusados ainda pode entrar com um recurso. Então, sinceramente eu acredito que esse júri só ocorra em meados de 2015″, destacou Fernandes Braga, assistente de acusação no processo. Atualmente, o caso está nas alegações finais do único réu confesso do crime, Lucas Daniel André da Silva, conhecido como Luquinha, que admitiu que foi o autor dos disparos que mataram Antônio Carlos. “Ele me disse que o Antônio Carlos era um vagabundo que tinha derrubado um muro de um terreno dele e dado um prejuízo de mais de R$ 40 mil. Eu fui enganado. Se eu soubesse que era um advogado, um homem de bem, eu não teria feito isso. Eu estou arrependido. Achei que era um vagabundo, mas não era. Dói o coração da gente”, disse o suspeito na época da prisão, em junho de 2013.
Só depois das alegações finais da defesa de Lucas Daniel é que o juiz Ricardo Procópio Bandeira de Melo, titular da 3ª Vara Criminal de Natal, fará a pronúncia de sentença e defina quem sentará no banco dos réus. “A defesa de todos os outros presos já fizeram as alegações finais, agora só falta a Defensoria Pública fazer as alegações do Luquinha. Tenho certeza que assim que isso acontecer o juiz Ricardo Procópio vai fazer a pronúncia da sentença. Mas como disse, acredito que o júri só vai acontecer no ano que vem”, frisou Fernandes Braga.
Além de Luquinha, os outros presos pelo crime foram Expedido José dos Santos, apontado como mandante do crime; o sargento da PM Antônio Carlos Ferreira de Lima, o Carlos Cabeção, responsável por articular o assassinato; e Marcos Antônio de Melo Pontes, o Irmão Marcos, que teria dirigido o veículo no dia da morte. O primeiro a ser detido foi Expedito, que negou ter participação direta no homicídio, mas confessou que o carro dele foi utilizado na ação. Depois, Expedito foi para Fortaleza, no Ceará, e tocou fogo no veículo com medo de acabar se complicando. Ele também informou que quem estava dirigindo o carro na noite do crime era o Irmão Marcos. Esse último, inclusive, também preso em junho de 2013, só que no Vale do Açu, em Minas Gerais, confessou ter dirigido o veículo usado no crime e disse também que chegou a descer no bar e apontar o advogado para que Luquinha o executasse. O único que nega qualquer participação na morte é Carlos Cabeção.
As investigações foram conduzidas pela Delegacia Especializada em Homicídios (Dehom), em especial pelos delegados Raimundo Rolim, Karla Viviane e Roberto Andrade. O que ficou concluído é que o assassinato se deu pelo fato de que Antônio Carlos e Expedito José dos Santos estava brigando por um terreno em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal. Segundo a Polícia Civil, o advogado derrubou um muro construído irregularmente no local por Expedito. O ocorrido teria levado Expedito a entrar em contato com o policial militar Antônio Carlos Ferreira de Lima. A polícia ainda aponta que Carlos Cabeção articulou todo o crime. O PM então entrou em contato com Lucas Daniel para executar o advogado. Os dois seriam integrantes de um grupo de extermínio.
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