sexta-feira, 4 de abril de 2014

PT, o PMDB, o PP e PTB querem barrar comissão que investigará a Petrobras

Loteada politicamente pelo PT para atender os próprios companheiros e amigos de outros partidos aliados, a Petrobras tem um peso orçamentário incomparável em relação aos mais cobiçados cargos da Esplanada dos Ministérios. Responsável pela maior parte dos recursos que sustentam o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a estatal e suas subsidiárias, inclusive as do exterior, têm uma previsão de investimentos, para este ano, na ordem de R$ 84,1 bilhões, quase seis vezes mais do que o mais atraente dos ministérios, Transportes, com R$ 15 bilhões. Apenas a Petrobras, principal empresa da holding, tem um caixa de R$ 63 bilhões.
No xadrez político, os comandantes desse universo são, basicamente, o PT, o PMDB, o PP e o PTB, o que explica a reação do Planalto à criação da CPI. Para amenizar os ataques ao loteamento, os partidos escolheram nomes com currículo e história dentro da empresa. O perfil técnico é mantido, mas, para galgar os cargos mais altos da administração e ocupar postos de comando, não basta ser competente: é preciso ter um padrinho forte.
Como principal partido no condomínio presidencial, o PT passou a dar as cartas nos cargos mais atraentes desde que ascendeu ao poder, em janeiro de 2003. Em 2012, a presidente Dilma Rousseff resolveu promover uma reformulação na estrutura da empresa. Na presidência da Petrobras, Sérgio Gabrielli, um petista próximo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi substituído por Maria das Graças Foster, ligada diretamente a Dilma.

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