Loteada politicamente pelo PT para atender os próprios companheiros e
amigos de outros partidos aliados, a Petrobras tem um peso orçamentário
incomparável em relação aos mais cobiçados cargos da Esplanada dos
Ministérios. Responsável pela maior parte dos recursos que sustentam o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a estatal e suas
subsidiárias, inclusive as do exterior, têm uma previsão de
investimentos, para este ano, na ordem de R$ 84,1 bilhões, quase seis
vezes mais do que o mais atraente dos ministérios, Transportes, com R$
15 bilhões. Apenas a Petrobras, principal empresa da holding, tem um
caixa de R$ 63 bilhões.
No xadrez político, os comandantes desse
universo são, basicamente, o PT, o PMDB, o PP e o PTB, o que explica a
reação do Planalto à criação da CPI. Para amenizar os ataques ao
loteamento, os partidos escolheram nomes com currículo e história dentro
da empresa. O perfil técnico é mantido, mas, para galgar os cargos mais
altos da administração e ocupar postos de comando, não basta ser
competente: é preciso ter um padrinho forte.
Como principal
partido no condomínio presidencial, o PT passou a dar as cartas nos
cargos mais atraentes desde que ascendeu ao poder, em janeiro de 2003.
Em 2012, a presidente Dilma Rousseff resolveu promover uma reformulação
na estrutura da empresa. Na presidência da Petrobras, Sérgio Gabrielli,
um petista próximo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi
substituído por Maria das Graças Foster, ligada diretamente a Dilma.
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