quinta-feira, 24 de abril de 2014

PM pede que população denuncie quem estiver passando boatos. Para comandante, esses tipos de rumores têm sido constantes e tem atrapalhado o trabalho dos policiais

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Arrastões em bairros, supermercados fechando as portas, voos que viriam para Natal tendo que pousar em João Pessoa, homens e mulheres baleados por toda a cidade. Se realmente tivessem ocorrido, os acontecimentos acima citados mostrariam uma cidade em um verdadeiro estado de caos. Porém, tudo não passou de boatos que circularam em redes sociais nesta terça-feira (22), durante a paralisação dos Policiais e Bombeiros Militares do Rio Grande do Norte.

De acordo com o comandante geral da PM do Estado, coronel Francisco Araújo, esses tipos de rumores têm sido constantes e tem atrapalhado o trabalho dos policiais. “Ficamos sabendo dessas informações e tudo não passou de boatos. Quando esse tipo de informação chega para a polícia, nós temos que averiguar se é verdade ou não. Temos que mandar uma equipe para o local. Muitas vezes deixamos de atender uma ocorrência que está acontecendo de verdade para atender esses boatos. Além disso, a população fica altamente assustada”,

Araújo lembrou que os policiais têm tomado atitudes para tentar inibir quem quer que esteja cometendo esses atos. “Quando essas informações chegam e constatamos que é mentira, que é boato, passamos para o setor de inteligência da Secretaria de Segurança do Estado (Sesed). Lá eles estão fazendo essa triagem e tentando identificar os autores das mensagens”, explicou.

Com a dificuldade de se identificar os autores, o coronel Araújo pede ajuda da população. “Quando alguém liga passando um trote, a voz e o número da pessoa ficam registrados, o que ajuda na identificação. Na internet isso é mais complicado. Por isso, sempre que a população receber alguma mensagem dessas, pedimos que liguem para o 181 (Disque Denúncia) e fale o que está acontecendo”. De acordo com o Art. 340 do Código Penal Brasileiro, “Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado” é crime e a pena vai de detenção de um a seis meses e multa.

Greve encerrada
Depois de quase 10 horas de paralisação, os PMs e Bombeiros Militares que paralisaram as atividades na manhã dessa terça-feira (22) voltaram aos trabalhos normais ainda no início da noite de ontem. Representantes dos manifestantes ficaram mais de 3 horas reunidos com o Governo do Estado, que apresentou promessas de cumprimento de algumas reivindicações dos grevistas. O principal foi a assinatura de um Termo de Compromisso por parte do titular da Sesed, General Eliéser Girão, afirmando que até o dia 30 de abril a Lei de Promoção de Praças será enviada para votação na Assembleia Legislativa.
Além disso, no próximo dia 5 de maio haverá uma nova reunião entre Policiais Militares, Bombeiros e Governo para a tentativa de cumprimento das demais reivindicações, que são: Reajuste de 56,7% do subsídio e a inclusão da database ao texto da lei; Devido enquadramento dos níveis remuneratórios; Pagamento das férias; Integralização dos vencimentos dos que foram promovidos e ainda não recebem de acordo com a graduação; Revisão da lei e reajuste da Diária Operacional; Admissão de etapa alimentação com verba indenizatória; Revisão do estatuto da Polícia Militar (Carga horária); Substituição do RDPM por código de ética; Complementação dos efetivos de acordo com o previsto nas leis de fixação do efetivo e convocação dos 824 suplentes; Assistência à saúde psíquica do PM e do BM.

Polícia Civil espera pelo Governo
Se o diálogo com a PM e Corpo de Bombeiros teve início e resultou no fim da greve em menos de 24 horas, a situação da Polícia Civil do Rio Grande do Norte continua a mesma. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do RN (Sinpol-RN), as conversas com o Governo não estão acontecendo. “Continuamos sem nenhuma novidade. O Governo simplesmente não nos atende. Estamos tentando uma reunião com o secretário de segurança (general Eliéser Girão), mas até agora não conseguimos”, destacou Djair Oliveira, presidente do Sinpol-RN.

No último sábado (19), Eliéser Girão divulgou que o Estatuto do Itep, principal pleito do Sinpol, seria enviado para o Ministério Público Estadual (MPE) até o fim desta semana. Além disso, a nomeação de oito delegados, 13 escrivães e 31 agentes foram confirmadas. Djair se mostrou desconfiado com a situação. “Tudo foi divulgado pela imprensa. Ninguém do Governo nos procurou. A nomeação dessas pessoas foi decisão judicial, o Governo é obrigado a fazer. Já sobre o Estatuto, nada nos foi passado”. Com os servidores da Polícia Civil proibidos judicialmente de fazerem greve, o presidente do Sinpol contou que o sindicato tem tentado reverter a situação. “Entramos com um recurso no Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal, pois acreditamos que temos direito a greve. Mas até agora não recebemos resposta”.

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