antonio cruz/abrTombini subscreveu comunicado do Copom com alta de 0,25 ponto, já esperada pelo mercado
Tudo indica que Dilma Rousseff entregará ao fim de sua gestão juros maiores do que aqueles que ela encontrou quando assumiu a Presidência, o que não ocorreu desde que foi implantado o regime de metas de inflação, em 1999. O aumento faz parte do trabalho iniciado há um ano pela autoridade monetária para controlar a inflação, que está acumulada em 5,68%, bem acima da meta estipulada pelo governo, de 4,5%. “Não é uma estratégia em longo prazo. A cada Copom a instituição reavalia o cenário”, observou Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a alta da taxa Selic traz pesados custos ao setor produtivo. Em nota, a entidade defende que é preciso usar, também, a política fiscal, com redução do ritmo de aumento dos gastos públicos, para tentar trazer a inflação para o centro da meta, “e não apenas a elevação dos juros”. A alta da Selic se fundamenta na resistência da inflação em convergir para o centro da meta, de 4,5%, avalia a CNI. A entidade lembra que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), encontra-se sistematicamente acima da meta, e as previsões para o ano se deterioraram desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
“As expectativas apontam para um IPCA em torno de 6,30% em 2014, valor muito próximo ao teto do objetivo definido pelo governo, de 6,50%. Há pressões inflacionárias no horizonte, como o fim da desoneração da tarifa de energia elétrica, os efeitos defasados da desvalorização cambial sobre os preços e a resistência dos valores cobrados pelos serviços”, ressalta a CNI.
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