Decidida a forçar a queda dos preços das passagens aéreas durante a Copa do Mundo, por meio da ampliação da oferta de voos para as capitais que vão sediar os jogos, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) quer aprovar integralmente os pedidos de novas rotas apresentados pelas empresas do setor, conforme antecipou o colunista do GLOBO Ilimar Franco, mas se vê impedida pela deficiente infraestrutura aeroportuária.
Alguns aeroportos não têm espaço, principalmente pátio, e há restrições do ponto de vista do controle do tráfego aéreo, segundo interlocutores. A Gol pediu 300 extras; a TAM vai focar 40% de toda sua malha nos destinos da Copa e a Azul/Trip quer mais 600 voos para atender aos torcedores.
O formato final da nova malha, que vai vigorar entre 6 de junho e 20 de julho, será divulgado pela Anac até o dia 15. A partir da aprovação, os passageiros poderão comprar os bilhetes para assistir aos Jogos. Reportagem do GLOBO, publicada em dezembro, mostrou o salto nos preços dos bilhetes nas viagens durante o período da Copa, o que mobilizou autoridades do governo e órgãos de defesa do consumidor.
Segundo a assessoria de imprensa da Anac, a ideia é atender o máximo de pedidos, mas dentro “das limitações” de cada aeroporto. Diante da demanda do setor, a Anac foi orientada a coordenar a distribuição de slots (espaços para pousos e decolagens) em 25 aeroportos, dos quais 12 estão localizados nas capitais que vão sediar os Jogos e 13, em até 200 quilômetros de distância dessas cidades.
O vice-presidente institucional da Gol, Alberto Farjeman, disse que a companhia remanejou toda a malha e vai reduzir a frequência dos voos considerados corporativos (viagens a negócio) como a ponte aérea. Embora o foco da empresa seja Rio, Brasília e Fortaleza, haverá oferta para todos os destinos da Copa.
A TAM informou que os 800 voos diários da companhia vão passar por mudanças, de olho na Copa. O número de frequências diárias para Fortaleza, por exemplo, atualmente em 28, poderá subir para 32; Cuiabá (MT), que conta com cinco voos por dia, poderá receber 11.
A Azul/Trip quer 600 voos extras durante a Copa. Informou que a companhia está otimista e espera a autorização da Anac, contando para isso, com as obras de ampliação nos aeroportos concedidos. A Avianca foi procurada, mas não informou a proposta de voos extras por causa do recesso da diretoria.
Os executivos das empresas concordam, com ressalvas, com a tese da Anac de que uma maior oferta vai resultar num menor preço. Como os preços são liberados, o entendimento é que o valor da passagem dependerá da antecedência da compra.
O Globo
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