quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Tirar nota boa depende principalmente da genética, afirmam pesquisadores

CALIF_COLLEGE_CUTS_3A genética tem uma influência mais poderosa no resultado de exames de alunos do Ensino Médio do que professores, escola ou família, de acordo com um novo estudo da King’s College London. Para o experimento, os pesquisadores se basearam num teste britânico comumente realizado por estudantes: o General Certificate of Secondary Education (GCSE).
O estudo publicado na Plos One contou com mais de 11 mil gêmeos (idênticos ou não) de 16 anos e concluiu que 60% da variação de resultados em temas como inglês, matemática e ciência era influenciada pela genética. A descoberta não significa que a performance do estudante é determinada só pelos genes, ou que escola e ambiente não têm influência. Já que, enquanto isto, 29% dos resultados eram atribuídos ao ambiente – como escola, vizinhança e familiares. O restante estava relacionado a influências não ambientais, como doença.
Além disso, a genética tinha maior influência nos resultados para temas de ciência (58%) do que para humanidades, como arte e música (42%). Isto, segundo os pesquisadores, questiona a crença comum de que a ciência é aprendida pelo ensino, mas habilidades como artes são dons da natureza.
- Nossa pesquisa mostra que a diferença na performance educacional de estudantes depende mais da genética do que do ambiente – afirmou ao “Telegraph” o autor do estudo, Nicholas Shakeshaft, do Instituto de Psiquiatria do King’s College London.
O autor afirma ainda que a descoberta poderia ajudar a direcionar a educação para as necessidades individuais dos alunos, em vez de ter apenas uma fórmula para todos.
- Sugerimos que o sistema de ensino que trata as crianças todas da mesma forma é menos eficiente do que aquele que diferencia este tratamento – acrescentou.
Segundo os autores, a genética se torna um fator importante exatamente porque o sistema escolar aplica a mesma fórmula educacional a todos os estudantes. Quanto mais estes fatores são iguais, mais diferenças genéticas aparecem no resultado prático. A mesma situação ocorreria se todos tivessem a mesma dieta: diferenças no peso seriam mais determinadas pela variação genética, em vez de pelo estilo de vida.
Estudo com gêmeos
Gêmeos não idênticos podem nascer no mesmo ambiente, frequentar a mesma escola, crescer na mesma família e na mesma vizinhança, mas apenas metade dos genes é o mesmo. Gêmeos idênticos, ao contrário, compartilham tanto o mesmo ambiente como os mesmos genes. Assim, comparar os dois pares de gêmeos foi uma forma de separar os efeitos da genética e do ambiente ao avaliar as notas dos exames.
Por exemplo, quando gêmeos idênticos têm pontuações muito diferentes, a causa não pode ser genética. Aí vem o que os cientistas chamam de “efeitos de ambiente não compartilhados”, como o melhor aluno ter um professor melhor.
O Globo

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