sábado, 2 de novembro de 2013

Dilma pretende unir esforços com outros estados para coibir o vandalismo nos protestos

TUK1510-EditA presidente Dilma Rousseff voltou a criticar a violência nas manifestações de rua e considerou “muito significativa” a reunião realizada ontem em Brasília, na qual foi decidida a criação de um grupo de inteligência formado pelo Polícia Federal e pelas secretarias de segurança do Rio e de São Paulo, para combater o vandalismo durante os protestos. Em entrevista concedida na manhã desta sexta-feira a duas rádios de Salvador, Dilma adiantou que pretende incluir todos os estados na ação anunciada após o encontro de ontem, que reuniu o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e os secretários de segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e de São Paulo, Fernando Grella.
— Nós devemos punir integralmente o uso da violência, e mais do que isso, o fato de que o uso dela se dá tampando a face das pessoas. Destrói o patrimônio público e privado, provoca ferimentos, machuca e mostra, não a civilização e a liberdade da democracia, mas a barbárie. Por isso, elas têm que ser coibidas. E têm que ser coibidas por todos os poderes — afirmou, completando: — Assim sendo, achei muito significativo o que nós fizemos ontem em Brasília. Nós fizemos ontem uma primeira reunião e pretendemos fazer isso em todos os estados. Essa reunião foi basicamente para definir ações coordenadas entre as polícias, definir métodos e formas de atuação.
A presidente voltou a enfatizar que manifestações pacíficas “são fundamentais”, mas que o uso de violência nos protestos será punido integralmente. E citou que, em vários lugares do mundo, o método para combater o vandalismo é “isolar os manifestantes, segregá-los e deixar claro quem são, prendê-los, obviamente, e processá-los”.
Durante a entrevista em Salvador, onde esteve para inaugurar a Via Expressão Baía de Todos os Santos, Dilma repetiu a palavra “fascista”, usada por um dos entrevistadores para qualificar o vandalismo registrado nas manifestações.
A aliança que sustenta o governo vai além do PMDB
Ao falar sobre política, após ser questionada sobre problemas na aliança entre PMDB e PT, Dilma destacou a importância da parceria, mas deixou claro que a sustentação política do governo não depende apenas do PMDB, numa espécie de recado aos dirigentes do partido do vice-presidente Michel Temer.
— A aliança (PT e PMDB) é muito importante para o governo federal. No entanto, não só só esses dois partidos que participam da aliança. Nós temos uma grande aliança partidária que sustenta o meu governo, seja do ponto de vista da governabilidade do parlamento, seja do ponto de vista também dando respaldo à gestão. Então, é uma aliança formada por um bloco de partidos. Agora, a política nacional do meu governo se sobrepõe a qualquer aliança regional. O que vale é a política nacional e a política de alianças nacional. Se houver problemas que podem interferir na aliança nacional, vão ser tratados como uma questão nacional, mas aí você tem que me dar o fato concreto. O fato concreto é que o que é regional tem que ser resolvido regionalmente.
O problema do Jaques Wagner é a alma baiana dele
Ao falar sobre a importância da Bahia, para justificar as idas frequentes ao estado, Dilma lembrou que, além de ser a quarta unidade da federação em população e em área do país, é governado pelo pestista Jaques Wagner, a quem Dilma chamou de “amigo”. Foi a deixa para um dos entrevistadores perguntar se, de fato, ela vai levá-lo para trabalhar em Brasília.
— Entre a minha vontade de querer levar ele para Brasília e ele ir para Brasília vai uma grande distância. Agora, sempre que eu puder tê-lo perto de mim, porque eu tenho grande admiração pelo governador e tenho uma amizade profunda, eu gostaria que ele fosse me ajudar sempre que possível lá em Brasília. Mas eu entendo as responsabilidades dele para com o povo baiano. O Jaques talvez seja o mais baiano de todos os baianos. E isso porque ele nasceu no Rio de Janeiro. Mas as eu acho que ele nasceu baiano, ele nasceu errado. Eu acho que ele nasceu aqui e levaram ele para lá (aos risos). O problema do Jacques é que a alma dele é baiana, né… Mas, voltando ao que a gente estava conversando…
O Globo

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