Com carros demais e fiscalização de menos, o trânsito em Natal virou sinônimo de caos. Na semana que passou, vários acidentes graves foram registrados em vias como Salgado Filho, Prudente de Morais e Engenheiro Roberto Freire. Houve capotamento em frente à Cidade Satélite, colisão grave na Salgado Filho em frente ao “Le Cirque” que resultou na morte de uma mulher, acidente ainda mais grave na Prudente de Morais que terminou em incêndio e a morte do motorista que ficou carbonizado.
A fiscalização há muito tempo deixou de ser eficiente. Se é que um dia já foi. E a consequência disso é que muita gente já não respeita cruzamentos, preferenciais, rotatórias e muito menos limites de velocidades. O trânsito virou uma espécie de vale tudo. A pressa e os compromissos dos motoristas são mais importantes do que pedestres tentando atravessar na faixa.
O resultado é o caos. Pedestres que atravessam a rua fora da faixa, porque não confiam nos motoristas e donos de automóveis que não estão nem aí para regrinhas básicas do trânsito.
Enquanto isso, no DETRAN, 14 mil pessoas esperam a emissão da carteira de motorista. E quase 40 por cento dos que procuram o departamento de trânsito já foram reprovados na primeira tentativa de obter o documento.
As facilidades de aquisição de carros e motos completa o cenário caótico. O número de fiscais da Prefeitura, os chamados amarelinhos, é tão pequeno que chega a ser ridículo. Equipamentos então nem se fala.
Houve um tempo em Natal que os pardais e radares multavam à vontade. Muito dinheiro foi revertido para os cofres da prefeitura, mas isso não resultou em melhoria na fiscalização.
Se nada for feito, Natal vai tirar território livre para a bagunça no trânsito.
Porque em matéria de descumprimento da legislação do trânsito, já virou faz muito tempo.Estacionamento proibido então nem se fala. Um péssimo exemplo é o que acontece no centro da cidade. Entre o Palácio Potengi, o Tribunal de Justiça, a Assembleia Legislativa e a Prefeitura de Natal, vale tudo. Fila dupla, fila tripla, estacionamento em local proibido. Tudo isso sob os olhares de amarelinhos e policiais militares que não cumprem o seu dever.
Nesse território vale o nome do motorista e a posição que ocupa em um desses quatro prédios.
Enquanto isso, os acidentes, o desrespeito e as mortes e mutilações no trânsito vão se multiplicando.
Virou um salve-se quem puder.
Até quando?
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