Fonte: Portal no ar
Por Geraldo Miranda
Mãe é amparada por amiga no momento que recebeu a noticia do falecimento de seu filho. (Foto: Alberto Leandro)
“Eu perdi tudo que eu tinha. Minha vida se foi junto com a dele”. O desabafo – aos prantos – de Joseane Franquilina da Costa aconteceu no momento em que ela recebeu a notícia do falecimento de seu filho, Yuran Clisma da Costa dos Santos, de 14 anos, morto na manhã desta terça-feira (20) atingido por tiros em frente à Escola Estadual Josino Macedo, na zona Norte de Natal.
Joseane é dona de casa e mora nas proximidades do local onde aconteceu o crime. Ela explicou que seu filho participava de uma torcida organizada, mas não quis revelar a qual clube pertence. Ela negou que o adolescente fosse envolvido em confrontos com torcidas rivais.
“Meu filho ia aos jogos para torcer e não se envolvia nas brigas entre eles. Tanto que eu pedia para ele não se meter neste tipo de coisa. Se ele tivesse me ouvido isto não estaria acontecido”, desabafou Joseane Franquilina.
No local, o comentário é que a motivação para o assassinato do adolescente foi um acerto de contas com outro “colega” de torcida organizada. A informação foi repassada por um dos amigos da vítima, que prestou socorro ao adolescente.
Segundo o rapaz, que pediu para ter sua identidade preservada, Yuran “havia se desentendido com um colega no velório de uma terceira pessoa envolvida no confronto das torcidas e estava recebendo ameaças de morte”.
A vítima já havia escapado de um atentado na semana passada. Nesta terça-feira, Yuran e o suspeito do crime estavam conversando nos arredores da Escola quando a vítima ligou para outra pessoa e explicou que estava “selando a paz” entre eles.
Nesse momento, o homem sacou um revólver calibre 38 e atirou quatro vezes contra o adolescente, que foi atingido por dois tiros no tórax, um no braço e outro no peito. “Eu estava (conversando) com ele no telefone e do nada ouvi os tiros. Me desesperei e fui correndo ao encontro deles, mas só encontrei o Yuran no chão sangrando”, contou a testemunha ao portalnoar.com.
Diretor diz que aluno era querido, mas “ausente” na escola
O diretor da Escola Estadual Josino Macedo, João Varela disse que o adolescente Yuran Clisma da Costa dos Santos era um aluno querido por todos no local, porém não participava das atividades da escola normalmente e estava repetindo o sexto ano.
“Ele faltava muitas aulas. Não dava trabalho e era bastante inteligente, porém não gostava de estudar nem acompanhava as aulas como os outros alunos. Tentamos conversar com ele várias vezes para participar mais, mas não tivemos sucesso”, informou o diretor.
Devido aos problemas de segurança que escola vinha passando o diretor instalou 25 câmeras em todo local e diminuiu o acesso pelos três portões controlando a acesso de terceiros a escola.
“Os alunos reclamam que a escola parece uma prisão, mas fazemos isso pensando na segurança de todos. Temos o apoio da Ronda Escolar da Polícia Militar que patrulha o local na hora da saída dos alunos”, completa João Varela.
O major Manoel Kennedy do 4º Batalhão de Polícia Militar (4ºBPM) informou que teve acesso a imagens da câmera de segurança de um vizinho da Escola e que a PM está realizando diligências para capturar o suspeito que fugiu do local de bicicleta.
“Conseguimos ver o suspeito por meio das imagens e algumas pessoas viram este rapaz no momento da fuga. Vamos realizar as diligências e capturar este suspeito”, comentou o policial.
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