domingo, 18 de agosto de 2013

Não está fácil para ninguém: Executivos e celebridades “racham” aeronaves para economizar

As crises econômicas e o resfriamento da economia provocam todo tipo de adaptação para reduzir gastos. Entre as despesas que passaram por reavaliações estão o gasto de executivos com transporte aéreo.
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Há dois anos, o compartilhamento de aeronaves chegou ao Brasil por meio da Avantto, empresa do grupo Rio Bravo, que faz administração e fracionamento de frotas aéreas. Segundo Rogério Andrade, presidente da empresa, se for considerado o valor do investimento e o volume de utilização, a equação financeira “não faz o menor sentido”. “Assistimos a várias crises, isso provocou uma grande mudança na visão de mundo”, afirma. “É uma mudança de pensamento: antes a preocupação era com a posse, agora é com o acesso à ferramenta de trabalho.”
Atualmente, a Avantto tem cerca de 350 usuários, entre serviços de administração de aviões e helicopterios e compartilhamento de ativos. No total, são 53 aeronaves sob administração de Andrade. O público, segundo ele, é diversificado. “Atendemos desde banqueiros até celebridades”, informa. “Basicamente, precisam de transporte flexível, confiável e privativo.” Em média, 60% dos vôos têm objetivo profissional – o restante fica por conta dos passeios a lazer.
Por isso, a escolha da aeronave é meramente técnica. Emoções ficam de lado e a economia de tempo fica em primeiro lugar. Segundo Andrade, não são raros os casos de clientes que têm cotas em um avião e em um helicóptero.
Marcus Matta, presidente do Prime Fraction Club, esteve na Labace deste ano, a principal feira de aviação executiva do Brasil, para apresentar ao mercado novo ativo disponível para compartilhamento. Trata-se do helicóptero Agusta Grand, que poderá ser dividido por até quatro usuários – que pagarão US$ 1,5 milhão por cota. O investimento da empresa para aquisição da aeronave foi de US$ 6,2 milhões.
Atualmente, a empresa administra 16 ativos – três aviões, quatro helicópteros e quatro barcos. “Normalmente o cliente vai lá, compra um helicóptero, usa ele por 25% do tempo, e gasta 100% do valor. É um ganho de eficiência”, conta Matta.
O ritmo do mercado é acelerado. O presidente da empresa não divulga o número de cotistas, mas sinaliza que em breve receberá o Legacy 500, aeronave topo de linha da Embraer. “Esse modelo de operação já é um sucesso nos Estados Unidos, Europa e na Ásia. Em cinco anos vamos ver esse mercado mais popularizado no Brasil”, afirma Matta.
Nem tão popularizado assim
Ter um avião ou um helicóptero sempre foi privilégio para poucos – no esquema de compartilhamento, continua sendo. Na Avantto, a cota do helicóptero Robinson R44 Raven custa US$ 59 mil para cada um dos 10 cotistas – que terão de desembolsar R$ 5.890 mensais além dos R$ 788,35 por hora de vôo. A aeronave está disponível por 10 horas por mês para cada um dos cotistas. Esta é a cota mais barata disponível.
A cota mais cara da Avantto é a do Embraer Phenom 300. Cada um dos três cotistas investe US$ 3,472 milhões para comprar sua parcela no ativo – mais R$ 58 mil mensais e R$ 4.877 por hora de vôo. Nesses valores, o Phenom 300 sai 67% mais barato e a operação mensal custa 50% se a aeronave tivesse um único dono.

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