O projeto de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que
pretende integrar e resolver parte do problema de mobilidade urbana da
Região Metropolitana de Natal depende da liberação da Superintendência
Nacional da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para que a
licitação das obras seja integrada ao projeto executivo, através do
Regime de Contratação Diferenciado (RDC). A expectativa é que até o mês
de maio, a Superintendência de Trens Urbanos de Natal tenha o aval e
publique o edital de licitação para modernização e ampliação da linha
férrea da Grande Natal, no regime de urgência, em função do RDC.
Na manhã de hoje (7), foi realizada uma audiência pública, proposta
pelo deputado Fernando Mineiro, para discutir e divulgar o projeto de
modernização e ampliação da linha férrea da Grande Natal. O evento
contou com a participação de secretários e gestores dos municípios que
compõem a RMN, técnicos da CBTU e da deputada federal Fátima Bezerra.
O novo sistema, desenvolvido pela Companhia Brasileira de Trens
Urbanos (CBTU), funcionará a partir da operação de sete linhas de VLT,
implantadas em quatro etapas. Com a operação da primeira etapa, o VLT
terá a capacidade de transportar cerca de 50 mil passageiros por dia.
Ela atenderá ao sistema atual, em três linhas, cobrindo os municípios de
Natal, Parnamirim, Extremoz e Ceará-Mirim, num total de 56 quilômetros.
O superintendente de Trens Urbanos de Natal, João Maria Cavalcanti,
disse que o processo de implantação do VLT está adiantado, haja vista
que o anteprojeto já está pronto. “O Governo já liberou os recursos, e
não podemos demorar em elaborar o projeto e fazer licitação da obra. Por
isso, estamos defendendo que o processo de licitação seja feita através
da RDC. Dependemos apenas de uma decisão da CBTU, mas tem vários órgãos
federais que estão agindo assim. Com isso, ganhamos tempo e assim o
processo será implantado o quanto antes. A empresa vencedora se
implantará dentro da CBTU e juntamente com os nossos técnicos vamos
fazer a quatro mãos o projeto de modernização do nosso sistema”, afirmou
o superintendente.
A fabricação dos veículos já está em andamento devido ao investimento
de R$ 154 milhões do PAC Equipamentos, para a modernização do sistema
de trens urbanos de Natal, o que permitiu a aquisição de 12 composições
de VLT e duas locomotivas. Além desse investimento, o Governo Federal
disponibilizou R$ 311,65 milhões, através do PAC 2 Mobilidade, para a
modernização da estrutura, que engloba a via permanente e as estações. A
verba será utilizada para dar início às obras do anteprojeto do VLT,
apresentado pela equipe técnica da CBTU, em 2013. Com esses recursos,
foi aprovado, também, a construção de três viadutos nas avenidas
principais de cruzamentos: Avenida Bernardo Vieira, Capitão-Mor Gouveia e
Mário Negócio.
“Estou indo amanhã a fábrica para atestar que os veículos estão sendo
montados e no mês de maio já recebemos a primeira unidade. Além disso,
as duas locomotivas que compramos devem chegar até o início do próximo
mês e elas vão substituir de imediato as que estão sendo utilizadas
hoje. Com a chegada do VLT as pessoas vão poder transportar com mais
conforto, segurança e rapidez”, afirmou.
A arquiteta e urbanista Dulce Albuquerque, técnica da CBTU e
coordenadora do projeto, explicou que a proposta tem o objetivo de
transformar o sistema de trens de Natal em eixos estruturados dos
transportes públicos da Região Metropolitana de Natal, bem como
possibilitar a integração dos diversos modais e criar novos destinos.
O deputado Fernando Mineiro considera que a mobilidade é um dos
graves problemas que afeta a Região Metropolitana de Natal e diante do
projeto de VLT, elaborado pela CBTU, surgiu a necessidade de discutir,
publicizar e debater a ideia. “É um projeto estratégico, que contempla
não só Natal, mas os demais municípios. Queremos acompanhar a
implementação e fazer com que a população conheça. Esse é um dos maiores
projetos que estão sendo realizados, pois influencia diretamente na
qualidade de vida das pessoas”, afirmou. “Nenhum modal exclusivo resolve
o problema da mobilidade urbana, o desafio é fazer com que eles
funcionem de forma articulada”.
A deputada federal Fátima Bezerra também participou da audiência e
conta que a implantação do sistema do VLT foi uma luta pessoal desde o
seu primeiro mandato na Câmara. Desde então, ela apresentou emendas aos
PPAs de 2004/2007, 2008/2011 e 2012/2015. “A integração desses modais,
como o VLT e o BRT, é o caminho mais adequado para enfrentarmos o
problema da mobilidade urbana”, afirmou a deputada.
Projeto
O novo sistema funcionará a partir da operação de sete linhas de
Veículos Leve sobre Trilhos (VLT), implantadas em quatro etapas. Com a
operação da primeira etapa, o VLT terá capacidade de transportar cerca
de 50 mil passageiros por dia. A primeira parte atenderá o sistema
atual, em três linhas, cobrindo os municípios de Natal, Parnamirim,
Ceará-Mirim e Extremoz, em um total de 56 quilômetros. A linha Amarela
ligará o município de Parnamirim a Natal, com 12 estações e 17
quilômetros de extensão. A linha Verde ligará o centro de Natal ao
extremo da zona Norte, com 10 estações e 15 quilômetros de extensão. A
linha Azul ligará o extremo norte de Natal a Ceará-Mirim, com oito
estações e 24 quilômetros de extensão. As linhas amarela e verde serão
atendidas pelo VLT.
Na segunda etapa, será implantado o destino Campus Universitário, com
a implementação de mais duas linhas. A linha Marrom, que ligará a
Ribeira ao Campus Universitário e a linha Laranja, que formará um anel
na região central de Natal, interligando todos os destinos.
A terceira etapa consistirá na implantação da linha Roxa, com destino
ao Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, formando um anel
ferroviário metropolitano que ligará os municípios de Natal,
Parnamirim, Macaíba e São Gonçalo do Amarante. A quarta etapa é a
ampliação do ramal Sul já existente, em que será implantada a linha
Branca, que funcionará como uma ampliação da linha Amarela, que se
estenderá aos municípios de São José de Mipibu e Nísia Floresta.