Marcelo Lima
Repórter
O Rio Grande do Norte faz parte do programa e combate ao uso de
drogas “Crack, é possível vencer” há quase um ano – desde maio de 2013.
Até agora os resultados mais avançados do programa são as ações de
repressão, classificada como “eixo autoridade”. O Estado conseguiu dois
ônibus de videomonitoramento no valor de R$ 700 mil cada.
“O nosso maior resultado foi a obtenção dos recursos de R$ 30 milhões
para o Estado”, disse Sonali Rosado coordenadora estadual do programa. E
os potiguares têm mesmo que se preocupar com a questão. Segundo a
Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte
(Sesed/RN), o crack já chegou a 87% dos 167 municípios
norte-rio-grandenses.
Por enquanto, os resultados mais efetivos se vêem na área de
segurança pública na capital. Os dois ônibus estão em campo nos bairros
de Nossa Senhora da Apresentação, Zona Norte de Natal, e Felipe Camarão
na região Oeste. De acordo com representante da Secretaria Estadual de
Segurança Pública do Rio Grande do Norte (Sesed) e ponto focal do
programa no Estado, Ana Paula Dantas, os bairros receberem esse aporte
depois de um estudo da mancha de criminalidade na capital.
A análise não se restringiu aos crimes diretamente relacionados com o
tráfico de drogas. Os dados foram fornecidos pelo Centro Integrado de
Operações de Segurança Pública (Ciosp). “Foi levado em consideração a
maior incidência criminal, sobretudo de homicídios”, explicou Ana Paula
Dantas.
Mas os ônibus não vieram sozinhos. Conforme a representante da Sesed
no programa, cada bairro terá 20 câmeras de monitoramento instaladas. As
regiões consideradas como cenas de uso de drogas deverão os pontos mais
visados. Também fazem parte do pacote duas motocicletas e mais duas
viaturas de policiamento para cada bairro.
Além disso, armas de baixo potencial ofensivo serão utilizadas: armas
de condutividade elétrica (mais conhecida como taser) e espargidores de
pimenta (sprays). Para lidar diretamente no “Crack, é possível vencer”,
167 agentes de segurança pública foram capacitados, sem contar nos
guardas municipais que também receberam treinamento.
A previsão de Ana Paula Dantas é que estrutura semelhante a essa
chegue aos municípios de Mossoró e Parnamirim até setembro deste ano.
Cada cidade receberá um ônibus de videomonitoramento e sua respectiva
estrutura de apoio. Dos R$ 30 milhões dos quais o Estado tem direito, R$
7 milhões serão investidos na área de Segurança Pública – eixo
autoridade.
Atendimento na rede de Saúde
O programa é segmentado em três eixos: prevenção (educação, esporte,
cultura e assistência social), cuidado (Saúde) e autoridade (Segurança
Pública). O eixo com mais recursos no Rio Grande do Norte é o que
prioriza atendimento dos dependentes químicos. Dos R$ 30 milhões
destinados ao RN pelo programa de combate ao uso de drogas, o eixo
cuidados ficará com cerca de R$ 21 milhões.
No entanto, os resultados das ações em Saúde Pública ainda são
tímidos. Por enquanto, a mais evidente é o encaminhamento dos pacientes
que procuravam o Hospital Psiquiátrico João Machado para a Unidade de
Pronto-atendimento (UPA) de Pajuçara. Mas há diversos outros projetos
para o atendimento.
De acordo com a técnica da Secretaria de Saúde Pública (Sesap) Liege
Uchoa, as cidades de Parnamirim e Mossoró receberão um Centro de
Atendimento Psicossocial (Caps) 3 AD (para pessoas dependentes químicas)
24 horas, um consultório na rua, leitos para internação em
hospitais-gerais e unidades de acolhimento. Essas unidades darão
continuidade ao tratamento iniciado nos Caps.
Na capital, a diferença é que em cada distrito regional de saúde da
cidade haverá um Caps AD para atendimento de dependentes químicos
durante 24 horas. Atualmente só existe um Caps AD 24 horas na zona
Leste. “Temos o cuidado para que o paciente não seja segregado. Não ter
essa saída das drogas abruptamente”, ressaltou Liege Uchoa, esclarecendo
que o atendimento se baseará na política de redução de danos dos
usuários.
“O eixo prevenção está sendo organizado pelo RN Vida [programa
estadual de combate às drogas] no Caic de Lagoa Nova”, informou Sonali
Rosado. Segundo ela, 400 crianças têm atividades esportivas e culturais
no local. Representantes dos municípios pactuados e órgãos estaduais se
reuniram hoje pela manhã na Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap)
no bairro de Cidade Alta. O encontro serve para avaliar o andamento do
programa nos municípios.
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