sábado, 16 de novembro de 2013

“Do ponto de vista político, o mensalão acabou”, diz o filósofo Marcos Nobre

Para o filósofo e cientista político Marcos Nobre, pesquisador do Cebrap e ex-colunista da Folha, o escândalo do mensalão não existe mais como fato político. Acabou só agora, diz, porque ainda havia a equivocada ideia de que a análise dos embargos representaria um novo julgamento.
Nobre diz que a condenação de figuras políticas de destaque é um evento “excepcional” no Brasil e entende que as penas foram mais duras que o convencional. Mas ele não classifica isso como algo ilegítimo. “O que vai tornar ilegítimo é se, em casos semelhantes, no futuro, aplicarem penas diferentes”, analisa.
O pesquisador também avaliou o papel de alguns dos ministros no processo. Joaquim Barbosa, diz, representou uma novidade “ambígua”. Importante porque “deu vazão a um sentimento social de rejeição à política”, mas não ofereceu nada como alternativa.
Para Nobre, Ricardo Lewandowski não representou contraponto ao relator, mas sim Luiz Roberto Barroso, o ministro que, na fase final, se mostrou capaz de “enfrentar midiaticamente a brutalidade de Barbosa”. Rosa Weber “deu votos incríveis”, mas Celso de Mello, por outro lado, demonstrou “um desequilíbrio flagrante”.
Folha

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