Imagine comprar um carro novo, cuja próxima parada para abastecer será em 2113. Segundo o jornal italiano Corriere della Sera,…
Imagine comprar um carro novo, cuja próxima parada para abastecer será em 2113. Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, uma empresa do Connecticut, a Laser Power System, está desenvolvendo um inovador sistema de propulsão para automóveis: o tório.
Esse elemento químico, cujo símbolo é o Th, é um metal radioativo natural utilizado na fabricação de vidros especiais e de filamentos para lâmpadas incandescentes. Está entre os elementos mais densos existentes no mundo e, segundo a empresa norte-americana, poderia produzir energia suficiente para movimentar veículos.
Abastecer o tanque com o oito gramas de tório produziria energia para 100 anos sem emissões nocivas ao meio ambiente. “Um grama de tório dispõe da mesma energia de 28 mil litros de gasolina”, explicou Charles Stevens, CEO da Laser Power System.
Essa não é a primeira vez que o tório é considerado como potencial combustível para automóveis. Ele já foi indicado como ótimo candidato para substituir o urânio nos reatores nucleares, graças à sua relativa segurança, sendo menos radioativo que o urânio, mais fácil de ser extraído do solo e ainda menos prejudicial ao meio ambiente.
Além disso, um propulsor alimentado com tório não conseguiria desencadear uma reação nuclear, como ocorre com os reatores alimentados com o urânio. Os atuais protótipos de motores a tório pesam cerca de 250 kg e podem ser integrados dentro de automóveis.
O projeto de um carro alimentado com tório é de 2009, quando Loren Kulesus desenvolveu a World Thorium Fuel Concept Car, apresentada no Salão de Automóveis Cadillac de Chicago. O tório, material radioativo, foi descoberto em 1828 pelo químico sueco Jons Jakob Berzelius, que lhe deu esse nome em homenagem ao deus nórdico Thor. Graças à elevada densidade, o mineral consegue produzir uma enorme quantidade de calor.
A Laser Power System está testando um motor que utiliza pequenos blocos de tório aquecidos que produzem calor suficiente para alimentar um laser. O laser aquece a água e com o vapor produzido movimenta uma mini turbina. A turbina, por suz vez, gera a energia elétrica e com isso a propulsão.
Segundo nota publicada no site da empresa, o uso do tório para a geração de energia poderia ser aplicado em “casas, ambientes de trabalho, transporte, carros, caminhões, navios, equipamentos militares e até aviões e naves espaciais”. A Laser Power System, entretanto, chegou a desmentir a veridicidade das fotos que circularam na internet sobre um protótipo de carro alimentado a tório.
As pesquisas dos Estados Unidos sobre os reatores à base de tório para a produção de energia começaram na década de 1960. Contudo, a pesquisa privilegiou os reatores “tradicionais”, alimentados com urânio por causa da grande produção de plutônio consequente do processo nuclear. China, Índia e Noruega estão tentando lançar novamente essa tecnologia.
Fonte:Estadão
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