segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Aumento dos juros coloca fim a alívio no caixa do governo federal

Com o novo aperto da política monetária para conter a inflação, chegou ao fim o alívio no caixa do governo proporcionado pela queda das despesas com os juros da dívida pública.
O cenário cria nova pressão fiscal para o governo Dilma Rousseff, que aproveitou o barateamento da conta de juros para afrouxar o controle das demais despesas, em especial com programas de renda e educação.
Os gastos financeiros não apenas caíram bem menos que o esperado pela área econômica como começam a dar sinais de retomada da trajetória de alta, segundo dados divulgados anteontem pelo Banco Central.
União, Estados e municípios pagaram a seus credores, nos 12 meses encerrados em julho, o equivalente a 4,9% do Produto Interno Bruto, ou R$ 227 bilhões.
O patamar é um dos menores desde o Plano Real, mas mostrou a primeira elevação visível em um ano e meio.
Se considerados apenas os gastos do governo federal, a tendência é mais clara: o aumento começou em abril, quando foi iniciado o ciclo de elevações da taxa Selic, do BC, que serve de referência para os títulos da dívida do Tesouro Nacional.
Com isso, a despesa já equivale a 3,5% do PIB, ou R$ 162 bilhões, um valor maior do que se pagava no início do mandato da presidente Dilma, quando a Selic era bem mais alta que a de hoje.
Nos primeiros meses da presidente, a taxa subiu de 10,75% para 12,5% ao ano, para conter a inflação herdada do governo Lula; depois, caiu para 7,25%, menor patamar da história, na tentativa de estimular a economia.
Com a nova aceleração dos preços, a taxa voltou a subir e está hoje em 9%.
Além de trunfo político do Palácio do Planalto, a queda dos juros se tornou argumento econômico do Ministério da Fazenda para reduzir a parcela da arrecadação de impostos destinada ao abatimento da dívida.
Afinal, como dizia o ministro Guido Mantega, as três principais despesas do Tesouro -o deficit previdenciário, o pagamento de pessoal e a conta financeira- estavam sob controle ou mesmo em trajetória de queda.
Editoria de Arte/Folhapress
Editoria de Arte/Folhapress

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